Família vive há mais de 20 anos em ilha isolada no Grand Canyon do Rio Jinkou, cercada por penhascos gigantes, ponte de corrente, queda-d’água e natureza intocadaEm ilha isolada no Grand Canyon do Rio Jinkou, família vive isolada em casa no meio do rio e mostra sua vida simples na natureza.

Família chinesa vive há mais de duas décadas em uma ilha isolada cercada por penhascos gigantes, ponte de corrente, cachoeira e natureza intocada no Grand Canyon do Rio Jinkou, em Sichuan.

Entre montanhas íngremes, água turbulenta e penhascos que parecem cortados a faca, existe uma ilha isolada que foge de tudo o que estamos acostumados a imaginar como “lugar para morar”. Em vez de prédios, carros e barulho de cidade, o que se ouve é o som do rio correndo no fundo do cânion, o eco da cachoeira e o vento batendo nas árvores. E, bem no meio desse cenário, uma família decidiu fazer dali o seu lar.

Por mais de 20 anos, o tio Yang e sua família transformaram essa ilha isolada no Grand Canyon do Rio Jinkou em um espaço de vida simples, autossuficiente e em contato direto com a natureza. Cercados por paredões rochosos, uma ponte de corrente de ferro e um rio profundo, eles criaram uma rotina que mistura coragem, adaptação e um senso de paz que parece pertencer a outro mundo. É como se essa pequena ilha fosse um paraíso secreto cravado no coração de um cânion chinês.

Ilha isolada no meio do cânion: um cenário que parece de outro mundo

Entre São Paulo e Rio de Janeiro, nós temos serras e vales impressionantes, mas aqui estamos falando de uma escala diferente. No Grand Canyon do Rio Jinkou, em Sichuan, a paisagem é marcada por montanhas altíssimas, vales profundos e um rio turbulento que corta o cânion. É exatamente ali que se encontra essa ilha isolada, uma espécie de recife no meio do rio, conectada ao “mundo de fora” por uma ponte de corrente de ferro.

Do alto da ponte, o cenário é impressionante. O cânion é profundo, as montanhas são verdes, o rio passa com água turva na estação chuvosa e a sensação é de que tudo foi esculpido pela força da natureza ao longo de milhares de anos. A impressão é de estar caminhando em um lugar escondido do mapa, acessível apenas a quem realmente se dispõe a encarar o percurso até essa ilha isolada cercada de penhascos.

Caminho até a ilha isolada: ponte de corrente, estrada escavada na rocha e borboletas pelo caminho

Para chegar até a ilha isolada, não existe avenida, rodovia ou estrada larga. O acesso começa por uma ponte de corrente de ferro, um vão considerável que balança sobre o rio turbulento. Enquanto se caminha por ela, a vista mistura o verde das montanhas, o ruído da água e aquela sensação de altura que aperta o estômago.

Depois da ponte, o caminho segue por uma estrada estreita, aberta na própria rocha da encosta. É uma estrada onde passa uma moto ou um triciclo, mas que foi literalmente “esculpida” na parede do cânion. Pelo caminho, surgem plantações, árvores frutíferas e até uma pequena central de energia, sinal de que, apesar do isolamento, a família conseguiu acesso a eletricidade e sinal de internet.

No trajeto até a casa, a natureza se impõe em detalhes: borboletas pretas e coloridas bebendo água, lagartos ou camaleões fugindo rapidamente, uma ponte de corrente que passa sobre um trecho de água mais clara, tubos metálicos e marcas na pedra, restos da própria construção da infraestrutura que hoje permite que essa ilha isolada seja habitada de forma contínua.

Mais de 20 anos de vida em uma ilha isolada

Quando a repórter chega à casa, logo encontra o verdadeiro protagonista dessa história: o tio Yang, dono da ilha isolada. Ele conta que vive ali há mais de 20 anos, desde que decidiu se estabelecer em definitivo na propriedade que antes era utilizada pelos pais para plantio e caça.

No começo, tudo era muito mais difícil. Não havia estrada, não havia eletricidade, não havia praticamente nada além da terra, das árvores e do rio. A primeira forma de acesso não era ponte nem estrada: era um cabo de aço, uma espécie de tirolesa improvisada, pela qual as pessoas deslizavam para atravessar o vão.

Com o tempo, a construção de uma pequena usina na região trouxe um novo elemento: a estrada foi aberta para atender a usina, e a família pôde passar a utilizar esse acesso também.

Segundo o tio Yang, antes de morar na ilha eles viviam na montanha, em um lugar ainda mais difícil de acessar.

Para ir ao mercado, comprar sal ou itens básicos, era preciso descer a pé até a cidade, passar a noite na rua ou na casa de parentes e só retornar no dia seguinte, porque a subida levava horas e exigia muita força física.

A mudança para a ilha isolada, por mais curioso que pareça, representou uma melhora de qualidade de vida e de acesso. Hoje, um trajeto que antes exigia um dia inteiro de esforço pode ser feito em 10 ou 20 minutos de triciclo.

Casa simples, quintal gigante e rotina autossuficiente

Ao chegar à área onde a família vive, a primeira impressão é de refúgio. Há uma casa principal, em alvenaria, com dois andares, e outras estruturas em construção ou inacabadas, como se o lugar estivesse em constante adaptação. No entorno, o que mais chama atenção é o quintal: um espaço enorme, cercado em 360 graus pelo rio Jinkou, transformando de fato a propriedade em uma ilha isolada no meio do cânion.

No quintal, a família cultiva abóboras, tomates, pimentas, figueiras e nogueiras carregadas. O ambiente lembra uma mistura de chácara com floresta, com árvores grandes que fazem sombra e permitem que, no verão, eles se sentem ao ar livre para se refrescar.

O clima ali, segundo o próprio tio Yang, é “quente no inverno e fresco no verão”, o que reforça a sensação de conforto térmico em meio aos penhascos de pedra.

Há também flores plantadas, como a datura, uma flor bonita e vistosa, mas venenosa. O dono explica que ela é usada como aliada contra insetos e mosquitos, ajudando a manter o quintal mais confortável e protegido. É a natureza sendo usada de forma prática, ao mesmo tempo em que transforma essa ilha isolada em um jardim vivo no meio do cânion.

Água de nascente, cachoeira e segurança contra enchentes

Uma das principais dúvidas de quem vê o lugar pela primeira vez é óbvia: se o rio é tão profundo e o cânion tão fechado, o que acontece com essa ilha isolada em época de cheia? O tio Yang explica que, mesmo na estação chuvosa, o nível máximo da água não chega até a casa.

A referência é uma barragem mais abaixo, cujo nível é ainda mais alto que a ilha, o que serve como “limite natural” de segurança.

Além disso, a família não depende do rio diretamente para beber. A água consumida vem de uma nascente que desce pela montanha, formando uma pequena cachoeira.

Eles captam essa água por meio de um cano, que leva o fluxo até a área de convivência ao lado da casa. É água natural, corrente, que não seca e garante abastecimento contínuo para a família.

Essa combinação de nascente, cachoeira e nível de água controlado permite que a ilha isolada seja, ao mesmo tempo, remota e segura. Não é um lugar improvisado à beira de enchente, mas um ponto específico do cânion em que o relevo favorece a permanência, mesmo em períodos de chuva intensa.

Infraestrutura mínima, conforto suficiente

Por mais que a imagem de uma ilha isolada sugira completa desconexão do mundo, a realidade construída ao longo de duas décadas pela família é de equilíbrio entre isolamento e conforto. Graças à estrada aberta pela usina e à rede elétrica que acompanha o rio, hoje há energia, sinal, TV, máquina de lavar e iluminação.

Na área externa coberta, a família organizou uma espécie de sala ao ar livre: uma mesa para refeições, uma televisão posicionada em frente ao espaço de convivência, utensílios de uso diário e uma estrutura que permite viver do lado de fora sem abrir mão de comodidades básicas. É uma rotina que combina o silêncio do cânion com pequenos elementos da vida moderna.

Ao mesmo tempo, a base da sobrevivência continua sendo a autossuficiência: plantio de alimentos, árvores frutíferas, água de nascente, espaço amplo e um ambiente naturalmente protegido. Para um casal mais velho, como o tio e a tia que vivem ali, o lugar funciona quase como uma pequena “terra de aposentadoria”, distante do barulho das cidades, mas com tudo que eles precisam ao alcance das mãos.

Uma ilha isolada que parece um paraíso escondido

Quando se observa o conjunto, fica fácil entender por que tantos visitantes descrevem o lugar como um paraíso. A combinação de penhascos enormes, rio profundo, cachoeira, mata verde e uma pequena casa cercada de plantações faz essa ilha isolada parecer cenário de filme ou pintura.

Mas mais do que o visual, o que transforma essa ilha isolada em um paraíso particular é a forma como a família ocupou o espaço. Não há grandes muros, não há trânsito, não há barulho constante. O que há é tempo, natureza, simplicidade e o resultado de anos de adaptação a um lugar que, para a maioria das pessoas, pareceria inabitável.

Ao mesmo tempo, o isolamento não é total. Existe uma estrada, existe uma ponte de corrente de ferro, existe um triciclo que liga a ilha à cidade em poucos minutos. É um equilíbrio raro entre reclusão e acesso, entre solidão voluntária e conexão opcional com o mundo externo.

No fim, essa história mostra que, às vezes, um lugar aparentemente improvável pode se transformar em um lar completo. Basta que alguém esteja disposto a trabalhar, adaptar, construir e conviver com a força da natureza em vez de tentar controlá-la.

E você, moraria em uma ilha isolada como essa, no meio de um cânion, cercada de penhascos, rio e cachoeira, ou prefere a segurança e o movimento da vida na cidade?

Autor

  • Carla Teles

    Produzo conteúdos diários sobre economia, curiosidades, setor automotivo, tecnologia, inovação, construção, com foco no que realmente importa para o mercado brasileiro. Aqui, você encontra as principais movimentações da indústria. Tem uma sugestão de pauta ou quer divulgar sua vaga? Fale comigo: carlatdl016@gmail.com

2 thoughts on “Família vive há mais de 20 anos em ilha isolada no Grand Canyon do Rio Jinkou, cercada por penhascos gigantes, ponte de corrente, queda-d’água e natureza intocada que parece um paraíso secreto”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *