Na Honda Kumamoto, a linha de produção mostra como a motocicleta Honda nasce na fábrica da Honda, em uma fábrica de motocicletas moderna.Na Honda Kumamoto, a linha de produção mostra como a motocicleta Honda nasce na fábrica da Honda, em uma fábrica de motocicletas moderna.

Como nasce uma motocicleta Honda na fábrica de Kumamoto, onde robôs e artesãos criam quadro, motor, tanque, carenagens, testam cada unidade e abastecem o mercado global todos os dias seguidos

A linha de produção da Honda em Kumamoto revela como cada motocicleta Honda nasce de alumínio fundido, moldado, soldado, pintado por robôs e artesãos, inspecionado peça a peça antes de sair da fábrica rumo a concessionárias do Japão e do mundo em escala global.

No interior da planta japonesa, o processo de fabricar uma motocicleta Honda é dividido em etapas rigorosas, que vão da fundição de quadros e motores à prensagem de tanques, moldagem de carenagens plásticas, montagem final, testes em dinamômetro e preparação para embarque em caminhões e navios rumo a fãs de motos em vários continentes.

Da chapa ao quadro: o esqueleto da motocicleta Honda

Na Honda Kumamoto, a linha de produção mostra como a motocicleta Honda nasce na fábrica da Honda, em uma fábrica de motocicletas moderna.

A jornada de uma motocicleta Honda começa no quadro, comparado pelos engenheiros ao “osso” do corpo humano. A estrutura e o motor nascem majoritariamente de alumínio, fundido a temperaturas acima de 770 graus e despejado em moldes metálicos complexos que lembram formas de peixe, com canais internos para dar origem a peças ocas.

Logo após a fundição, braços robóticos retiram as peças dos moldes, mas a remoção da areia interna e dos resíduos mais delicados continua sendo trabalho manual, feito somente depois do resfriamento completo para não comprometer a integridade da estrutura. Em seguida, técnicos fazem um polimento bruto, eliminando rebarbas grandes com ferramentas manuais.

Na etapa de jateamento, pequenas partículas de aço inoxidável são lançadas com alta pressão sobre o quadro, alisando a superfície, removendo imperfeições e preparando o metal para receber usinagem e pintura. É nessa fase que o quadro ganha uma textura uniforme, essencial para que as peças seguintes da motocicleta Honda se encaixem com precisão.

Em usinagem, furos são perfurados, roscas são formadas e superfícies de contato são polidas. Cada furo de parafuso é aberto na posição exata para permitir a montagem posterior de motor, suspensão, pedaleiras, tanque e carenagens, evitando tensões indesejadas e garantindo rigidez estrutural em velocidades superiores a 100 km/h.

A união definitiva das peças é feita por soldagem. Braços robóticos, protegidos por paredes transparentes laranja que filtram a luz do arco voltaico, realizam a maior parte das soldas, enquanto artesãos assumem pontos de difícil acesso, em áreas pequenas ou que exigem controle fino de calor. Esse equilíbrio entre robôs e mãos humanas é central para a qualidade final de cada motocicleta Honda.

Na sequência, o quadro entra no processo de pintura: eletrodeposição em tanque com carga elétrica oposta à da tinta, garantindo revestimento uniforme até em cavidades internas, seguida de camadas de tinta pulverizada e verniz transparente antirreflexo, que dá brilho e protege contra raios ultravioleta e corrosão.

Motor da motocicleta Honda: coração fundido, usinado e blindado contra o calor

O motor, considerado o coração da motocicleta Honda, passa por um ciclo semelhante ao do quadro. Cabeçotes e blocos são moldados em alumínio fundido, com três braços robóticos atuando em sequência: um prepara o molde e despeja o metal, outro corta sobras e canais de alimentação, e o terceiro resfria as peças, fechando o ciclo de fundição.

Depois vêm polimento, jateamento e revestimentos de superfície. O motor é totalmente pintado para resistir a chuva, lama, areia e altas temperaturas, muitas vezes em tons escuros que destacam o conjunto entre as carenagens. A tinta usada é específica para suportar calor elevado, principalmente nas áreas que atingem as maiores temperaturas em uso prolongado.

Na usinagem de precisão, bielas e virabrequins são esculpidos em ferro até atingirem tolerâncias da ordem de centésimos de milímetro. Processos de superacabamento reduzem irregularidades da ordem de 0,02 mm, fundamentais para reduzir atrito, ruído e vibração. Em aplicações de competição, a fábrica ainda trabalha com níveis ainda mais finos de microacabamento, elevando o padrão técnico.

A montagem do motor é feita em linha, com cada unidade instalada em um gabarito móvel que lembra um carrinho de oficina. Todas as peças e parafusos necessários são separados em bandejas específicas para cada motor. Se algum parafuso sobra na bandeja, isso indica erro de montagem e o conjunto volta imediatamente para checagem, evitando que uma motocicleta Honda chegue ao cliente com fixações incompletas.

Pistões, bielas, virabrequim, engrenagens, eixos e sistemas de lubrificação são montados passo a passo até o fechamento das metades do bloco, formando um conjunto compacto que, depois de inspecionado, segue suspendido por guindastes para a linha de montagem do veículo.

Tanque de combustível: a “face” metálica da motocicleta Honda

Após quadro e motor, entra em cena o tanque, parte totalmente visível na motocicleta Honda e muitas vezes tratado como “rosto” da moto. Tudo começa na oficina de prensas, onde chapas metálicas são posicionadas entre grandes matrizes. A máquina de prensagem, uma das maiores da fábrica, aplica força extrema para moldar as metades do tanque em poucos segundos.

Um braço robótico alimenta a prensa com as chapas, fixa o material e, após a estampagem, corta sobras com ferramentas específicas, deixando apenas a forma desejada. As duas metades são então posicionadas em dispositivos de fixação e soldadas por robôs, que percorrem as flanges e fecham o volume que armazenará o combustível.

A soldagem deixa respingos e marcas visíveis. Para modelos com design mais curvo, artesãos entram em ação para polir manualmente as juntas, eliminando qualquer degrau ou linha aparente. Máquinas fazem a parte pesada, mas é o trabalho de mão que transforma a superfície em um volume contínuo, sem indícios de emenda, pronto para receber acabamento de alto padrão.

Antes da pintura, trabalhadores removem toda a poeira com as mãos e com jatos de ar, e o tanque recebe um primer externo que corrige microdefeitos de superfície e melhora o desenvolvimento da cor. Em seguida, braços robóticos aplicam até três camadas de tinta colorida, conforme o modelo, e, por fim, uma camada transparente de verniz que garante brilho e proteção contra o sol.

Carenagens e plásticos: resina moldada, pintura de precisão e faixas aplicadas à mão

As peças externas da motocicleta Honda que cortam o vento e protegem componentes internos, como carenagens e coberturas laterais, são produzidas em resina plástica. Grânulos plásticos são aquecidos até amolecer, injetados em moldes e removidos por braços robóticos com ventosas, resultando em peças que lembram grandes modelos de plástico montável.

Máquinas de alta precisão finalizam cortes, furos e bordas, em muitos casos sem necessidade de rebarba manual. As carenagens são então penduradas em linhas do tipo monotrilho, desengorduradas, limpas e preparadas para pintura. Assim como nos tanques, recebem primer, camadas de tinta e, depois, gráficos e logotipos.

A aplicação de faixas, logos e adesivos é um capítulo à parte. Em motocicletas, esse processo é conhecido como “pintura de faixas” e é feito por artesãos experientes. Eles aplicam decalques na mesma posição, sem variação perceptível entre uma motocicleta Honda e outra, garantindo que o visual seja idêntico à especificação de projeto em qualquer unidade vendida no mundo.

Linha de montagem final: quando a motocicleta Honda ganha forma

Com quadro pintado, motor completo, tanque acabado e carenagens prontas, começa a montagem final da motocicleta Honda. Ao longo de uma linha longa, vários técnicos trabalham em sequência, cada um com tarefas específicas, enquanto a moto avança presa a suportes ajustáveis.

Primeiro, o motor é colocado dentro do quadro, formando o núcleo da estrutura. Em seguida, o braço oscilante e a roda traseira são montados, depois a roda dianteira, e o conjunto de pneus ganha forma com o auxílio de dispositivos manuais chamados Rakuraku, que permitem levantar e posicionar peças pesadas sem exigir força excessiva dos trabalhadores.

O guidão, com seus muitos componentes e comandos, é montado em subconjuntos e só depois fixado à moto, seguido por escapamento, filtro de ar e módulos eletrônicos. A motocicleta Honda aos poucos deixa de ser um conjunto de peças espalhadas e passa a se parecer com a moto que o consumidor vê na vitrine.

Na sequência, o tanque é instalado, com mangueiras ligando o reservatório ao motor, e as peças plásticas externas são encaixadas e aparafusadas. Durante esse processo, equipes verificam arranhões, folgas e alinhamentos de painel. O sistema elétrico é testado em uma inspeção intermediária: interruptores são acionados, luzes de direção piscam, faróis e lanternas são conferidos, assim como o mecanismo antifurto.

Em uma segunda linha, voltada a modelos mais exclusivos ou com muitas peças especiais, a Honda usa um método de montagem celular: duplas de especialistas montam uma motocicleta Honda inteira em uma única estação, com um trabalhador concentrado na montagem e outro dedicado à verificação simultânea. Esse formato ajuda a reduzir variações entre unidades e dá mais controle sobre processos complexos.

Testes, dinamômetro e embarque: da fábrica de Kumamoto para o mundo

Antes de sair da planta japonesa, cada motocicleta Honda é submetida a uma bateria de testes. Após o abastecimento com combustível e o preenchimento de todos os fluidos técnicos, o motor é ligado pela primeira vez e a moto é posicionada em uma bancada de testes com rolos que simulam o contato com o asfalto.

Funcionários aceleram, simulam diferentes faixas de velocidade, trocam marchas e acionam freios, reproduzindo as condições de uso em estrada. A velocidade exibida no velocímetro da motocicleta Honda é comparada com a velocidade real mostrada no monitor da bancada, e qualquer diferença fora da tolerância leva o veículo de volta para ajustes.

Depois do teste dinâmico, parafusos estruturais são verificados de novo, em busca de qualquer afrouxamento causado por vibração. Sistemas elétricos, iluminação e chicotes são rechecados. Só então a moto é liberada pelo controle de qualidade final, que inspeciona visualmente cada componente em busca de arranhões, falhas de fixação e possíveis vazamentos.

Concluída essa etapa, a motocicleta Honda é embalada com proteção adequada, recebe manual do proprietário e acessórios previstos, e é carregada por empilhadeiras em caminhões ou contêineres. O transporte por rodovia leva as motos ao porto, de onde embarcam em navios rumo a diferentes mercados, mantendo a mesma rastreabilidade do número de chassi gravado no quadro até chegar ao consumidor final.

No fim desse percurso, que começa com alumínio líquido e termina com o ronco do motor em uma estrada distante, cada motocicleta Honda que você vê rodando passou por dezenas de etapas cronometradas, centenas de inspeções e pela assinatura silenciosa de robôs e artesãos em Kumamoto.

Depois de conhecer todo esse caminho, qual etapa da fabricação de uma motocicleta Honda mais te surpreendeu: a precisão dos robôs, o toque dos artesãos ou os testes finais antes de ela ganhar as ruas?

Autor

  • Bruno Teles

    Falo sobre tecnologia, inovação, automotivo e curiosidades. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro.
    Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil.
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