Ciclone extratropical causa chuva forte, rajada de vento, mar agitado e mobiliza a defesa civil com alertas no Sul e Sudeste do Brasil.Ciclone extratropical causa chuva forte, rajada de vento, mar agitado e mobiliza a defesa civil com alertas no Sul e Sudeste do Brasil.

Formado entre Paraguai, Argentina e Rio Grande do Sul, o ciclone extratropical avança nesta terça-feira 9 sobre o Sul, leva chuva acima de 100 mm, rajadas de até 120 km/h, granizo, mar agitado e risco de alagamentos para RS, SC, PR, SP, RJ e MG, além de partes do Centro-Oeste.

Um ciclone extratropical de forte intensidade começou a se organizar entre a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça-feira 9 de dezembro de 2025, a partir da intensificação de uma área de baixa pressão entre o sul do Paraguai, o nordeste da Argentina e o Rio Grande do Sul. Ao longo desta terça, o sistema cruza o território gaúcho de oeste para leste, alcança a região de Porto Alegre até a noite e já muda o tempo em boa parte do Centro-Sul do país, com temporais, rajadas de vento e mar agitado.

De acordo com a Climatempo e com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o ciclone extratropical deve provocar chuva acima de 100 milímetros por dia, rajadas entre 90 km/h e 120 km/h, granizo e ondas de até 3,5 metros no mar, com risco de alagamentos e estragos principalmente em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Os efeitos se espalham ainda por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e partes de Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso entre esta terça-feira 9 e a quinta-feira 11, com potencial para temporais, ventos fortes e transtornos em áreas urbanas.

Alerta máximo no Sul: chuva volumosa e ventos de até 120 km/h

A Região Sul é o epicentro dos impactos do ciclone extratropical. Nesta terça-feira, o dia já é de temporais em todos os estados da região, com ventos que podem chegar a 90 km/h e risco extremo no litoral entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A combinação de vento forte, mar muito agitado e chuva volumosa cria cenário de atenção máxima para moradores e autoridades.

No Rio Grande do Sul, as defesas civis estaduais estimam que pode chover até 120 milímetros em apenas um dia, o que aumenta muito a chance de enxurradas, alagamentos e deslizamentos pontuais em áreas de encosta e fundos de vale. A passagem do centro do ciclone pelo estado torna a quarta-feira o dia mais crítico para a ventania, especialmente na faixa litorânea e nas regiões serranas.

Em Santa Catarina, o risco de alagamentos e enxurradas varia de alto a muito alto, com solapamento de margens de rios e transtornos em centros urbanos sujeitos a drenagem deficiente. A expectativa é de vento muito forte no litoral e mar bastante agitado, com ondas que podem chegar a 3,5 metros.

No Paraná, o ciclone extratropical intensifica a instabilidade nesta terça e mantém o tempo carregado na quarta, com previsão de tempestades acompanhadas de granizo em diversas áreas. As rajadas de vento tendem a ficar mais frequentes a partir de quarta-feira, elevando o risco de queda de árvores, destelhamentos e interrupções de energia.

Volumes de chuva e risco de granizo por região

Segundo o Inmet, os estados do Sul podem registrar volumes diários de chuva superiores a 100 milímetros, em alguns pontos concentrados em curtos períodos de tempo. Esse padrão favorece alagamentos repentinos, enxurradas e rápida elevação de córregos e rios menores.

Além da chuva volumosa, o ciclone extratropical aumenta a probabilidade de queda de granizo localizada, principalmente em áreas sob nuvens do tipo cumulonimbus, que se formam com facilidade em cenários de forte instabilidade e grande contraste térmico. Raios frequentes e descargas elétricas intensas devem acompanhar muitos desses temporais.

Impactos do ciclone extratropical no Sudeste

Embora o centro do ciclone extratropical não avance diretamente sobre o Sudeste, seus efeitos são bem sentidos em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A previsão indica chuva forte, principalmente durante a tarde, com risco de temporais isolados associados à passagem de uma frente fria e à umidade que o sistema puxa do oceano e da Amazônia.

As rajadas de vento devem variar entre 50 km/h e 70 km/h, podendo ultrapassar 70 km/h em áreas do estado de São Paulo e da Zona da Mata mineira. Na capital paulista, no litoral, na Grande São Paulo e na Serra do Mar, o risco de queda de galhos, placas e estruturas mais frágeis é maior, especialmente entre a noite de terça-feira 9 e a quarta-feira 10.

No Rio de Janeiro, o foco está no centro-sul fluminense, incluindo a Região Metropolitana e a Região Serrana, onde ventos fortes e chuva em alguns momentos intensos podem causar pontos de alagamento, transtornos no trânsito e interrupções pontuais no fornecimento de energia. Em Minas Gerais, a instabilidade se concentra no Sul de Minas, Zona da Mata, Triângulo Mineiro e Grande Belo Horizonte, com temporais localizados e maior risco em áreas já sujeitas a deslizamentos.

Centro-Oeste sente ventos fortes e temporais

No Centro-Oeste, o ciclone extratropical atua de forma indireta, mas suficiente para reforçar a instabilidade em vários estados. O segundo dia da semana é marcado por pancadas moderadas a fortes desde cedo, que se intensificam à tarde em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, com potencial para temporais.

Os ventos variam em geral entre 40 km/h e 50 km/h, mas podem chegar a 70 km/h no leste de Mato Grosso do Sul e no sul e leste de Goiás, onde o contraste entre o ar mais seco e o ar úmido favorece rajadas mais intensas. Nessas áreas, o risco inclui queda de árvores, destelhamento de estruturas frágeis e nuvens de poeira em trechos de rodovias.

Norte e Nordeste também sentem reflexos do sistema

Mesmo distante do centro do ciclone extratropical, as regiões Norte e Nordeste não ficam completamente isoladas do padrão de instabilidade que domina o país. Na Região Norte, há chuva forte em boa parte dos estados, com risco de temporais principalmente no oeste do Acre. Em contrapartida, áreas de Roraima, do Amapá e do noroeste e nordeste do Pará devem ter tempo mais firme, com aberturas prolongadas de sol.

No Nordeste, o dia é marcado por calor intenso, baixa umidade e chuva isolada, com pancadas mais fortes concentradas no sul do Maranhão e no oeste da Bahia. Em vários estados, a umidade relativa do ar pode ficar abaixo de 30%, enquanto o litoral enfrenta ventos entre 40 km/h e 50 km/h. A combinação de calor extremo e ar seco exige atenção redobrada com hidratação, saúde e risco de queimadas.

Como o ciclone extratropical se formou e por que é tão intenso

O ciclone extratropical se formou a partir da intensificação de uma área de baixa pressão na tarde e noite de segunda-feira, posicionada entre o sul do Paraguai, o nordeste da Argentina e o Rio Grande do Sul. Na madrugada de terça-feira, o sistema se organizou completamente, ganhando estrutura bem definida e cruzando o território gaúcho de oeste para leste.

A pressão atmosférica muito baixa é um dos fatores que turbinam as rajadas de vento e favorecem a formação de nuvens do tipo cumulonimbus, responsáveis por temporais, raios, granizo e até microexplosões de vento. Em episódios como este, não se descarta a ocorrência de rajadas destrutivas associadas a tornados, embora a confirmação desse tipo de fenômeno dependa de análises específicas e de registros em solo.

Principais riscos associados ao ciclone extratropical

O avanço do ciclone extratropical e da frente fria associada deve provocar um conjunto de impactos que exigem atenção constante dos moradores das áreas afetadas. Entre os principais riscos estão:

As rajadas de vento entre 90 km/h e 120 km/h no Sul do país, com maior incidência no litoral e nas áreas serranas de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, principalmente na quarta-feira 10, quando o sistema já estará sobre o oceano, mas ainda muito próximo da costa.
A chuva forte em curto período de tempo, capaz de gerar alagamentos repentinos em áreas urbanas, enxurradas e transbordamento rápido de rios menores.
A possibilidade de granizo localizado, que pode causar danos a telhados, veículos e plantações.
As ondas altas e o mar muito agitado, especialmente no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, onde a navegação fica perigosa e o avanço do mar pode atingir trechos de orla mais vulneráveis.
Os raios frequentes e a instabilidade duradoura, que aumentam o risco de acidentes com descargas elétricas e queima de equipamentos eletrônicos.
A possibilidade de queda de energia e danos em estruturas, com postes, árvores e coberturas vulneráveis ao vento forte.

Orientações de segurança para a população

Defesa Civil e especialistas em clima reforçam que, durante a passagem deste ciclone extratropical, é fundamental adotar medidas de autoproteção e prevenção. Entre as principais recomendações, destacam-se:

Evitar deslocamentos e atividades em áreas costeiras e em mar aberto durante o pico do sistema, devido ao mar muito agitado e às ondas elevadas.
Não se abrigar sob árvores nem se aproximar de redes elétricas durante tempestades, por causa do risco de queda de galhos, descargas elétricas e choques.
Reforçar telhados, conferir calhas e remover objetos soltos em quintais, varandas e coberturas que possam ser arremessados pelo vento forte.
Acompanhar com atenção os alertas da Defesa Civil, do Inmet e de órgãos locais, que podem determinar evacuação preventiva em áreas de risco de enchente, enxurrada ou deslizamento.

Quando o ciclone extratropical começa a se afastar

A expectativa é que o centro do ciclone extratropical alcance o mar no litoral do Rio Grande do Sul entre a madrugada e a manhã de quarta-feira, dia 10. A partir desse momento, o sistema segue para alto-mar, afastando-se gradualmente do Brasil ao longo da quinta-feira 11.

Mesmo em fase de afastamento, o ciclone continua alimentando ventos fortes e mar agitado nas áreas costeiras do Sul, com reflexos ainda percebidos no Sudeste. A partir de quinta-feira, o tempo começa a estabilizar gradualmente no Sul, com redução dos temporais mais generalizados, embora pancadas de chuva ainda possam ocorrer. No Sudeste, a instabilidade persiste de forma mais pontual, com temperaturas um pouco mais amenas, enquanto no Centro-Oeste o calor volta a ganhar força, acompanhado de pancadas isoladas.

E você, já tomou alguma medida preventiva por causa deste ciclone extratropical na sua cidade ou ainda pretende se preparar para a chegada dos ventos e da chuva forte?

Autor

  • Maria Heloisa

    Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

One thought on “Ciclone extratropical de forte intensidade põe Sul em alerta máximo com ventos de até 120 km/h, chuva acima de 100 mm, granizo, ondas gigantes e risco de alagamentos em cidades”

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