Investimento de capital privado e geração de empregos: entenda como o maior projeto ferroviário do país promete reduzir custos e emissões no Mato Grosso.
As obras do terminal ferroviário da Rumo, localizado às margens da BR-070 no Mato Grosso, seguem em ritmo acelerado e prometem transformar a logística da região. Considerado o maior projeto ferroviário do país com 100% de capital privado, o empreendimento já conta com mais de 77% das obras da primeira fase concluídas e mais de 60 km de trilhos instalados. A expectativa é que, a partir do segundo semestre de 2026, o terminal comece a operar, reduzindo significativamente os custos de escoamento e aumentando a competitividade dos produtores locais.
O projeto completo prevê mais de 740 km de ferrovia dentro do estado, ligando regiões produtivas estratégicas ao Porto de Santos.
Além de impulsionar o desenvolvimento econômico, a obra gera milhares de empregos: foram mais de 850 diretos e 1.700 indiretos apenas na construção do terminal, e hoje cerca de 5.000 colaboradores trabalham simultaneamente na execução da ferrovia.
Desafios técnicos e engenharia de ponta
Construir uma ferrovia do zero (projeto Greenfield) no coração do Brasil impõe desafios gigantescos. A equipe da Rumo enfrenta uma geografia acidentada que exige soluções complexas de engenharia.
Um exemplo é a ponte no município de Poxoréu: para vencer um trajeto que antes exigia 70 km de carro, foi construída uma estrutura de 123 metros de extensão. A diversidade de solos encontrados no Mato Grosso também demanda adaptações constantes por parte dos engenheiros.
Outro obstáculo significativo é a escassez de mão de obra qualificada. Apesar da preferência por trabalhadores locais, a demanda do maior projeto ferroviário do país é tão alta que foi necessário trazer profissionais de outras regiões, como Norte, Nordeste e Sudeste. A empresa já se antecipa contratando maquinistas e operadores antes mesmo do início das operações para garantir o treinamento específico necessário.
Sustentabilidade e integração logística
A ferrovia se apresenta como uma solução de baixo carbono essencial para o futuro. Comparada ao transporte rodoviário, a redução nas emissões de CO2 é drástica: no último ano, a Rumo deixou de emitir mais de 6,9 milhões de toneladas de gás carbônico.
A nova malha ferroviária será seis vezes mais eficiente em termos de emissões, consolidando-se como uma alternativa sustentável para o transporte de cargas em longas distâncias.
É importante destacar que o projeto não visa substituir os caminhões, mas sim complementá-los. A ferrovia é imbatível em longas distâncias, enquanto o transporte rodoviário mantém sua eficiência no “tiro curto”, levando a produção da porta da fazenda até os terminais de transbordo. Essa integração modal é a chave para destravar o gargalo logístico do estado.
Impacto econômico e futuro da região
A chegada dos trilhos já movimenta a economia de municípios como Campo Verde, Primavera do Leste e Lucas do Rio Verde. Com a previsão de receber mais de 5 milhões de toneladas de carga, a região se prepara para melhorias na mobilidade urbana, incluindo a construção de viadutos e anéis viários.
O prefeito de Campo Verde destaca que o município se tornará um grande corredor logístico, atraindo novas indústrias e investimentos.
Para o produtor rural, o benefício é direto no bolso. A aproximação da ferrovia das áreas produtivas reduz o custo do frete rodoviário e, dependendo do período, a solução ferroviária pode ser até 10% mais barata.
Com mais opções logísticas, o Mato Grosso ganha competitividade no cenário internacional, especialmente para atender mercados asiáticos.
Você acredita que a expansão ferroviária é a solução definitiva para o custo Brasil ou ainda dependemos demais das rodovias?
