Jericoacoara com dunas e lagoas cristalinas, kitesurf para todos os níveis e passeio até a Lagoa do Paraíso mostram como o destino mudou sem perder o charme.Jericoacoara com dunas e lagoas cristalinas, kitesurf para todos os níveis e passeio até a Lagoa do Paraíso mostram como o destino mudou sem perder o charme.

Entre dunas móveis, mar morno e ruas de areia, Jericoacoara mistura vila de pescadores, pousadas charmosas, lagoas cristalinas com redes, ventos perfeitos para kitesurf, passeios de buggy pelo parque e um pôr do sol diário que transforma a praia em arquibancada natural para turistas brasileiros e estrangeiros o ano inteiro

Em 19 de dezembro de 2025, Jericoacoara já figurava entre os destinos mais comentados do litoral brasileiro, mas ainda mantinha traços nítidos da antiga vila de pescadores isolada que surgiu entre dunas móveis, mar de águas mornas e ruas onde o asfalto nunca chegou. Na prática, Jericoacoara continua sendo um lugar em que caminhar descalço é regra, não exceção, com areia fofa ocupando cada travessa e cada beco.

Ao mesmo tempo, Jericoacoara se transformou em vitrine global de turismo. A poucos quilômetros de praias desertas, a vila reúne pousadas sofisticadas, bares animados, escolas de esportes náuticos e uma estrutura que cresce em torno de dunas gigantes, lagoas cristalinas e ventos constantes. O desafio diário é equilibrar essa fama internacional com a preservação do cenário que tornou Jericoacoara única no mapa do Nordeste.

Onde fica Jericoacoara e como é a vila hoje

Jericoacoara, ou simplesmente Jeri, fica no litoral oeste do Ceará, a cerca de 300 quilômetros de Fortaleza, no município de Jijoca de Jericoacoara. O acesso por estrada termina na área urbana de Jijoca, mas a entrada em Jericoacoara é feita pela areia, atravessando dunas dentro de uma área de parque nacional.

Dentro da vila, o padrão segue outro ritmo. As ruas permanecem de areia, sem calçadas tradicionais, e não há postes de iluminação pública na orla, o que garante noites de céu escuro e estrelado, iluminadas apenas pelas luzes amareladas de pousadas e restaurantes. A sensação é de caminhar por uma vila costeira rústica, embora a oferta de serviços, passeios e hospedagem já tenha alcançado padrão global.

Jericoacoara como santuário de ventos e kitesurf de nível mundial

A geografia de Jericoacoara e da vizinha Praia do Preá fez da região um santuário mundial dos ventos. De julho a janeiro, os ventos alísios constantes transformam o céu em um corredor de pipas de kitesurf e velas de windsurf, atraindo atletas e escolas especializadas de várias partes do planeta.

A Praia do Preá, considerada um dos melhores pontos do mundo para praticar kitesurf, concentra boa parte das operações profissionais. Lá, o visitante encontra escolas com aluguel de equipamento, aulas para iniciantes e estrutura de apoio na areia. Enquanto isso, Jericoacoara se consolida como base de hospedagem, combinando animação noturna, restaurantes e agências que organizam traslados diários até os melhores pontos de vento.

Lagoas cristalinas, redes na água e o lado relax de Jericoacoara

Se o vento atende aos esportistas, as lagoas de água doce cumprem o papel de cartão postal para quem procura descanso. Nas lagoas próximas, as redes armadas dentro da água cristalina viraram símbolo de Jericoacoara, com visitantes passando horas entre banhos, fotos e cochilos ao sol.

A combinação de sol forte, água morna e brisa constante cria um cenário em que o dia parece avançar sem pressa. Barracas simples e estruturas mais sofisticadas disputam a preferência do público, oferecendo desde petiscos básicos até cardápios elaborados. Para muitos viajantes, é nas lagoas que a viagem a Jericoacoara “começa a valer”, depois da travessia de dunas e do percurso até a vila.

O ritual do pôr do sol nas dunas

Em Jericoacoara, o pôr do sol virou um ritual diário. No fim da tarde, moradores, turistas e trabalhadores do turismo caminham rumo às dunas ou à beira da praia para assistir ao sol se esconder no horizonte. É um dos poucos pontos do Brasil em que o astro se põe diretamente no mar, criando uma cena que faz a vila praticamente parar por alguns minutos.

Depois do entardecer, a vida noturna começa na areia. A tradicional roda de capoeira reúne curiosos em torno de música e movimentos acrobáticos, enquanto bares e becos passam a oferecer forró pé de serra, apresentações ao vivo e festas que seguem até mais tarde. Entre um dia e outro, o ciclo se repete, consolidando o pôr do sol como um marcador do ritmo da vila.

Passeios de buggy pelo Litoral Leste e Litoral Oeste

Os passeios clássicos ao redor de Jericoacoara costumam ser divididos em dois roteiros principais, sempre em veículos 4×4 tipo buggy ou jardineira. O roteiro do Lado Leste leva o visitante às lagoas de água azul turquesa, especialmente a Lagoa do Paraíso, famosa pelas redes na água e pelos beach clubs estruturados, além do Buraco Azul, uma lagoa de cor intensa formada em antiga área de escavação.

Já o Lado Oeste oferece uma experiência mais rústica. O trajeto passa pela região de Guriú, onde é possível observar cavalos-marinhos em estuário, e segue até as dunas de Tatajuba, área em que o cardápio do passeio costuma incluir paradas em lagoas, travessia de balsa e descidas de emoção em dunas mais íngremes. É ali que a pergunta “com ou sem emoção?” costuma definir o grau de adrenalina do passeio.

Clima, temporada dos ventos e época certa para ir

O clima em Jericoacoara é marcado por duas variáveis essenciais para o turista: vento e chuva. De julho a dezembro, o ambiente é mais seco, com ventos fortes e cenário ideal para kitesurf, windsurf e lagoas cheias, época que concentra também o maior movimento na vila.

Entre janeiro e fevereiro, os ventos seguem em intensidade média, enquanto o verão mantém as praias cheias e as festas mais frequentes, ainda com algumas chuvas rápidas. De março a maio, a estação chuvosa deixa a vegetação mais verde e reabastece lagoas, criando boa opção de viagem com tarifas mais baixas. Em junho, o fim das chuvas costuma coincidir com as lagoas no auge da beleza, momento em que Jericoacoara oferece água cristalina, temperatura agradável e movimento menos intenso que no pico da alta temporada.

Como chegar a Jericoacoara e quais taxas o visitante precisa pagar

Chegar a Jericoacoara faz parte da experiência. O Aeroporto Regional de Jericoacoara, localizado no município de Cruz, encurtou a viagem para quem vem de outras regiões do país, mas o trecho final até a vila segue sob controle de veículos 4×4 credenciados, responsáveis por cruzar as áreas de areia e dunas. Não é permitido seguir com qualquer carro de passeio até o centro de Jericoacoara, justamente para proteger o parque e organizar o fluxo.

Além disso, o visitante precisa pagar a chamada Taxa de Turismo Sustentável, cobrada por dia de permanência. O valor arrecadado é destinado à limpeza urbana, manutenção de trilhas e preservação do entorno. Isso significa que o aumento do fluxo turístico vem acompanhado de uma tentativa explícita de financiar a conservação do cenário que sustenta a economia local.

Ícones do roteiro que definem a identidade de Jericoacoara

Alguns pontos são considerados obrigatórios em qualquer roteiro em Jericoacoara. A Pedra Furada é o principal cartão postal rochoso, uma formação natural à beira-mar que pede visita na maré baixa, quando é possível chegar caminhando. A Lagoa do Paraíso concentra as redes na água mais fotografadas e beach clubs que disputam espaço nas redes sociais.

A Árvore da Preguiça, retorcida pelo vento e crescendo praticamente deitada, é outro símbolo da força dos ventos da região. Já o Buraco Azul, uma lagoa artificial de água azul neon formada pelas chuvas em área de escavação, virou parada obrigatória para quem busca fotos de contraste forte entre água, areia e céu. Esses ícones ajudam a criar a identidade visual de Jericoacoara e explicam por que a vila aparece com tanta frequência em campanhas e listas de destinos desejados.

Com tudo isso em mente, desde o pôr do sol nas dunas até os ventos perfeitos e as lagoas de água doce, o que mais chama a sua atenção em Jericoacoara hoje: a natureza preservada, o clima de vila de pescadores ou a infraestrutura crescente voltada ao turismo de alto nível?

Autor

  • Bruno Teles

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    Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil.
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