Grupo de ônibus Planalto encerra recuperação judicial, supera dívida milionária causada pela pandemia de Covid-19 e retoma operações no transporte rodoviário.Grupo de ônibus Planalto encerra recuperação judicial, supera dívida milionária causada pela pandemia de Covid-19 e retoma operações no transporte rodoviário.

Após decisão da Justiça em Santa Maria, grupo de ônibus Planalto encerra recuperação judicial iniciada em 2021, supera dívida próxima de R$ 200 milhões causada pela pandemia, mantém operações no transporte rodoviário e em empresas ligadas e tenta provar a credores e passageiros que a fase crítica ficou para trás.

Em 2021, o grupo de ônibus Planalto entrou em recuperação judicial para evitar a falência, depois que a pandemia de Covid-19 derrubou a receita e deixou quase vazios os veículos da empresa. Quatro anos depois, uma decisão da 3ª Vara Cível de Santa Maria encerra oficialmente esse período de turbulência.

Assinada pelo juiz Emerson Jardim Kaminski, a decisão permite que o Grupo Planalto deixe a lista de companhias em recuperação judicial na Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul e mantenha em funcionamento a divisão de transporte rodoviário, que concentrava a maior parte da dívida de quase R$ 200 milhões, e as demais empresas do conglomerado.

Quatro anos de recuperação judicial até o alívio

Quando pediu a recuperação judicial em 2021, o grupo de ônibus Planalto já sentia com força os efeitos da pandemia de Covid-19.

Os veículos passaram a rodar com capacidade limitada por causa das restrições sanitárias, o número de passageiros despencou e a ameaça de falência se tornou concreta para o negócio.

Durante esse período, o caso ficou sob responsabilidade da 3ª Vara Cível de Santa Maria.

Foi esse acompanhamento judicial que permitiu ao grupo de ônibus ajustar rota, reduzir prejuízos e chegar ao encerramento formal da recuperação judicial, evitando que o processo terminasse em falência.

Plano de pagamento garantiu fôlego ao caixa

Para contornar a situação mais aguda, a Planalto apresentou à Justiça um plano de pagamento aos credores.

O cronograma, aprovado em juízo, definiu como seriam honrados os compromissos e deu previsibilidade ao caixa, condição essencial para manter as operações do grupo de ônibus e reorganizar as finanças.

Segundo a direção, o plano foi acompanhado de uma reestruturação interna.

A administração fala em busca de equilíbrio financeiro, renegociação de compromissos e reforço da governança corporativa como pilares para atravessar a crise sem interromper o atendimento aos passageiros.

Saída da lista de empresas em recuperação judicial

A decisão judicial prevê que o grupo siga cumprindo os pagamentos acordados e preste contas ao final do processo.

Ao mesmo tempo, o Grupo Planalto deixa de figurar na lista de empresas em recuperação judicial da Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul, mudando oficialmente de status nos registros públicos.

O encerramento da recuperação judicial abrange todas as empresas do grupo, incluindo Planalto Transportes, Veísa Veículos, Formosa Participações, JMT Administração e Participações e JMT Agropecuária.

Com isso, todo o grupo de ônibus sai do processo coletivo de reestruturação, mas continua obrigado a seguir o plano definido em juízo até quitar as obrigações assumidas com os credores.

Reestruturação interna e disputa por confiança

Durante os quatro anos de recuperação judicial, a direção da Planalto afirma ter colocado em prática um plano de reestruturação para tornar o negócio mais sustentável.

O foco foi buscar equilíbrio financeiro, renegociar compromissos e fortalecer a governança corporativa, mantendo transparência e diálogo constante com credores, colaboradores e parceiros.

Para a empresa, o fim formal da recuperação marca uma virada, mas não encerra os desafios.

A Planalto ainda precisa comprovar, ao longo do tempo, que consegue honrar o plano de pagamentos, manter a operação de transporte rodoviário e evitar que uma nova crise financeira volte a ameaçar o grupo de ônibus.

Depois de enfrentar ônibus vazios e uma dívida que beirou R$ 200 milhões, a Planalto tenta convencer mercado e passageiros de que voltou a andar nos trilhos e que o risco de falência ficou no passado.

Na sua opinião, outros grupos de ônibus em dificuldade deveriam seguir um modelo de recuperação judicial parecido com o adotado pela Planalto?

Autor

  • Maria Heloisa

    Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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