Eleita pelo ranking do TripAdvisor, a Baía do Sancho prova que a melhor praia do mundo é brasileira, combina acesso controlado, taxas de preservação, mar turquesa com tartarugas e raias, trilhas em falésias e pôr do sol inesquecível em Fernando de Noronha, atraindo turistas exigentes em busca de natureza intacta.
O Brasil voltou a comemorar um título que muitos destinos disputam há anos. A Baía do Sancho, em Fernando de Noronha, foi novamente destacada pelos prêmios Travelers’ Choice do TripAdvisor e confirmou, mais uma vez, que a melhor praia do mundo é brasileira, superando Caribe, Havaí e até ilhas gregas em um ranking dominado por grandes potências do turismo global.
Com acesso controlado por escadarias encaixadas na falésia ou por barco, mar de tom turquesa que parece um aquário natural e uma política rígida de preservação ambiental, a praia conseguiu transformar isolamento, regras estritas e cobrança de taxas em sinônimo de experiência exclusiva. A sensação é de refúgio protegido, onde cada mergulho revela tartarugas, raias e peixes em um cenário que continua praticamente intocado.
Por que a Baía do Sancho supera Caribe e Havaí
Ao contrário de muitos destinos do Caribe e do Havaí, que sofrem com urbanização intensa, grande fluxo de cruzeiros e turismo de massa, a Baía do Sancho permanece em um estado de preservação quase selvagem.
O número de visitantes é naturalmente filtrado pelo acesso difícil e pelas regras de visitação, o que evita praias superlotadas e garante uma experiência mais silenciosa e contemplativa.
O acesso principal é feito por uma sequência de escadarias metálicas estreitas encaixadas na rocha, em meio à falésia, ou por embarcações que ancoram na baía.
O simples caminho até a areia já é parte do espetáculo. Lá embaixo, a recompensa é um mar de transparência impressionante e areia clara emoldurados por um paredão verde que forma uma espécie de anfiteatro natural.
A vida marinha é outro diferencial relevante. Enquanto muitos recifes pelo mundo enfrentam degradação acelerada, o Sancho funciona como um verdadeiro aquário a céu aberto, onde é comum encontrar tartarugas, raias e até tubarões-limão, sempre em áreas monitoradas e com orientação para garantir segurança tanto para os animais quanto para os visitantes.
O que fazer além da Baía do Sancho em Fernando de Noronha
Fernando de Noronha não se resume à faixa de areia eleita como a melhor do planeta. A ilha oferece um roteiro completo que ajuda a justificar o custo e a logística da viagem.
Logo ao lado do Sancho, a Baía dos Porcos é conhecida pelas piscinas naturais de cor esmeralda e pela vista icônica do Morro Dois Irmãos.
É um dos cartões-postais mais famosos do Brasil no exterior, cenário clássico de fotos de campanha turística e capas de revista.
Para quem gosta de mergulhar, Noronha está entre os melhores pontos do mundo. A visibilidade da água pode chegar a aproximadamente 50 metros em determinados períodos do ano, o que transforma qualquer saída de barco em um grande aquário natural.
A Praia do Sueste é indicada para nadar com tartarugas gigantes em águas rasas, em área monitorada, inclusive com possibilidade de crianças participarem da experiência.
No fim do dia, o pôr do sol no Fortinho do Boldró virou um ritual diário. Turistas e moradores se reúnem para assistir ao sol se pondo atrás dos Morros Dois Irmãos, muitas vezes ao som de música ao vivo.
É o tipo de fim de tarde que consolida a sensação de que a melhor praia do mundo é brasileira e está inserida em um conjunto de paisagens igualmente memoráveis.
Um roteiro clássico de cinco dias em Noronha costuma incluir as praias do Parque Nacional Marinho, passeios de barco, o tradicional Ilha Tour e experiências como a canoa havaiana para observar golfinhos.
Um vídeo do canal Mundo Sem Fim, que reúne mais de 1,88 milhão de inscritos, apresenta esse tipo de itinerário em detalhes, incluindo taxas, passeios e sugestões de hospedagem e restaurantes com valores aproximados.
Quanto custa visitar o paraíso em 2025
A exclusividade de Fernando de Noronha passa diretamente pelo bolso. O turismo é controlado e, para pisar na ilha e acessar as áreas mais preservadas, o visitante precisa considerar duas cobranças centrais.
A TPA, Taxa de Preservação Ambiental, é paga ao governo de Pernambuco e incide por diária. Em 2025, o valor foi reajustado para cerca de R$ 101,33 por pessoa ao dia, aumentando de forma progressiva conforme o número de noites na ilha.
Ou seja, quanto maior a estadia, maior o total da taxa, o que desestimula permanências muito longas e ajuda a limitar o fluxo de turistas.
Além disso, para entrar nas praias que fazem parte do Parque Nacional Marinho, como o Sancho e o Sueste, é obrigatório adquirir o ingresso do PARNAMAR.
O bilhete tem validade de dez dias. O valor gira em torno de R$ 186,50 para brasileiros e R$ 373,00 para estrangeiros, permitindo múltiplos acessos às áreas cobertas durante esse período.
Na prática, quem quer conhecer a baía que carrega o título de melhor do mundo precisa incorporar essas taxas ao planejamento financeiro.
O custo é significativo, mas está diretamente associado ao modelo de preservação que impede que a região siga o caminho de muitos destinos superexplorados no exterior.
Melhor época para visitar a Baía do Sancho
Fernando de Noronha apresenta cenários bem diferentes ao longo do ano, tanto no comportamento do mar quanto no regime de chuvas. Segundo o Climatempo, três períodos principais atraem perfis distintos de viajantes.
De agosto a outubro, o mar costuma ficar quase sem ondas, com aspecto de piscina e excelente visibilidade. Chove pouco, e as temperaturas variam em torno de 26 ºC a 29 ºC.
É o período ideal para quem quer mergulhar, praticar snorkeling com calma, viajar em família ou em lua de mel, aproveitando o visual mais clássico de mar parado e extremamente transparente.
De dezembro a março, entram os swells mais fortes, com ondas grandes, sobretudo na Cacimba do Padre. O próprio Sancho pode ficar mais agitado.
As temperaturas giram em torno de 27 ºC a 30 ºC. Essa época atrai principalmente surfistas e quem busca a temporada de ondas conhecida como “Havaí Brasileiro”.
Entre abril e junho, o clima torna-se mais chuvoso, com temperaturas em torno de 26 ºC a 28 ºC. Em compensação, quem viaja nessa janela costuma encontrar preços mais baixos e a chance de ver cachoeiras temporárias escorrendo pelas falésias, o que muda completamente o visual da ilha.
O que não levar na mala e como ajudar a preservar o título de melhor praia do mundo
Para manter a reputação de paraíso preservado, Noronha adota regras rígidas sobre o que pode ou não circular na ilha.
O decreto conhecido como “Noronha Plástico Zero” baniu plásticos descartáveis, como copos, canudos e sacolas. Na prática, o visitante precisa levar garrafa reutilizável, sacolas de pano e, se quiser, canudo de inox, evitando ao máximo embalagens de uso único.
A interação com os animais marinhos também é cuidadosamente regulada. É proibido tocar, alimentar ou perseguir tartarugas, peixes, golfinhos e demais espécies.
As multas ambientais são altas e a fiscalização é constante. A ideia é garantir que a experiência de nadar ao lado da fauna local não se transforme em impacto negativo para o ecossistema.
Outro ponto importante diz respeito ao uso de protetor solar. Nas piscinas naturais, como a da Atalaia, o uso de filtros químicos é desencorajado por causa dos efeitos sobre corais e organismos sensíveis.
A recomendação é investir em roupas com proteção UV, chapéus e barreiras físicas contra o sol, o que reduz muito a carga química lançada no mar.
Ao seguir essas regras, o turista contribui diretamente para que a Baía do Sancho continue justificando o título recebido em sucessivos rankings internacionais.
