Com a virada de novembro para dezembro, corridas por aplicativo em São Paulo chegam a quase triplicar de preço; exemplo de trajeto que custava 35 agora sai por 95 reais e faz passageiros trocarem Uber e 99 por ônibus, metrô e outras opções mais baratas em plena alta da demanda
Desde a virada de novembro para dezembro de 2025, usuários de corridas por aplicativo em São Paulo relatam que, em poucos dias, o custo das viagens disparou na capital. Reclamações se multiplicam contra Uber e 99 por conta de valores considerados exagerados justamente no início do mês, quando a demanda pelo serviço cresce.
Uma checagem feita no fim da noite da sexta-feira anterior, dia 5, mostrou um salto concreto nos preços. Um trajeto entre Jardins e Mooca, que em novembro custava cerca de 35 reais, passou a ser ofertado por 95 reais no mesmo horário, quase o triplo do valor, alimentando a percepção de que as plataformas aproveitaram o período para reajustar tarifas.
Reclamações viralizam e expõem sensação de “valor astronômico”
Nas redes sociais, a indignação com as corridas por aplicativo tomou conta das timelines. A comunicadora Nanda Xie publicou um desabafo na rede X que viralizou, com mais de 3,5 milhões de visualizações e cerca de mil comentários de usuários relatando situações parecidas, inclusive fora da capital e em outras cidades do estado.
No post, ela questiona o que estaria acontecendo com os aplicativos, afirmando que corridas que antes custavam entre 25 e 30 reais passaram a ser cobradas a 80 reais, em trajetos com menos de 5 quilômetros. A publicação ganhou prints, respostas e novas denúncias de passageiros surpresos com reajustes considerados fora da realidade.
Entre os comentários, o analista financeiro Caio Franzoi, de São Caetano do Sul, relata que percebe aumentos recorrentes todo mês de dezembro, mas que, neste ano, a alta passou de qualquer padrão. Ele conta que já pagou quase 50 reais em corridas que antes saíam por 20, e quase 130 reais em rotas que costumavam ficar perto de 70, classificando o salto como “astronômico”.
Outro usuário relata que trajetos de menos de 2 quilômetros, que normalmente custavam 10 ou 12 reais, estão saindo por 45 reais, o que torna a escolha pelo carro de aplicativo bem menos vantajosa. Há ainda quem argumente que, como as empresas já dominam o mercado, agora teriam liberdade para cobrar “o preço que quiserem”, evocando ironicamente a “mão invisível do mercado” para criticar a ausência de concorrência efetiva.
Aumento começou no fim de novembro, com a Black Friday
Nos relatos, muitos passageiros afirmam que a alta das corridas por aplicativo começou ainda no fim de novembro, no fim de semana da Black Friday. A partir de então, a percepção é de que as tarifas foram subindo e não voltaram aos patamares anteriores, principalmente em horários de pico ou na madrugada.
Para parte dos usuários, dezembro já é tradicionalmente um mês mais caro, mas 2025 estaria fora da curva, com valores que fogem totalmente de qualquer referência dos meses anteriores. Diante de relatos de corridas que praticamente dobraram ou triplicaram, cresce a desconfiança de que a dinâmica de precificação das plataformas passou a pesar mais no bolso do que o esperado.
Passageiros abandonam apps e correm para ônibus e metrô
Com as corridas por aplicativo muito mais caras, muitos paulistanos começaram a mudar de hábito. Um usuário conta que costumava pagar cerca de 25 reais para ir do bairro onde mora até o Centro. Ao simular a mesma rota recentemente, encontrou um valor de 60 reais e decidiu desistir, optando por ir de ônibus. Ele destaca que, ao menos, o transporte coletivo está operando com ar-condicionado, o que torna a experiência menos desconfortável, apesar do tempo maior de deslocamento.
A ampliação da operação do Metrô em quatro linhas entre sábados e domingos, especialmente durante a madrugada, aparece como fator importante nessa migração. Diante de valores que chegam perto de 100 reais em algumas corridas por aplicativo, muitos passageiros preferem combinar metrô e ônibus, mesmo com baldeações, para evitar um impacto tão alto no orçamento do mês.
Outro exemplo citado é o de quem usa costumeiramente aplicativos para ir da Barra Funda, na Zona Oeste, até a região da Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, na Zona Sul, por volta das 5h da manhã. Em 28 de novembro, a corrida custava 64 reais. Já na segunda-feira, dia 8 de dezembro, o valor para o mesmo trajeto e no mesmo horário chegou a 102 reais, um aumento superior a 50 por cento em pouco mais de uma semana. A comparação entre novembro e dezembro reforça a percepção de alta generalizada nas tarifas.
Uber e 99 atribuem alta à demanda e ao preço dinâmico
Questionadas sobre os aumentos nas corridas por aplicativo, as empresas alegam que o fenômeno está ligado à alta da demanda no período. A Uber Brasil explica que, quando há mais pedidos de viagem em determinada região do que motoristas disponíveis circulando naquele momento, o sistema aciona o chamado preço dinâmico, que torna a corrida mais cara do que o habitual para aquele mesmo trajeto.
Segundo a empresa, o objetivo do preço dinâmico é incentivar que mais motoristas se conectem ao aplicativo e saiam às ruas, aumentando a oferta de carros. A plataforma afirma que, quando o número de motoristas volta a subir, os valores retornam aos patamares normalmente praticados. A Uber também ressalta que a informação sobre o preço dinâmico aparece para o usuário no momento da solicitação, antes da confirmação da corrida.
Já a 99 Tecnologia afirma que o valor final de uma corrida é calculado por meio de uma equação que considera a distância percorrida e o tempo de deslocamento, além da relação entre oferta e demanda de motoristas parceiros em cada região. A empresa enfatiza que fatores como excesso de trânsito, chuva e aumento de pedidos simultâneos podem elevar o preço final que aparece para o usuário no aplicativo.
Apesar das explicações, a sensação de muitos passageiros é de choque com a conta no fim do mês. Para quem depende diariamente de corridas por aplicativo, a combinação de preço dinâmico, alta demanda e fim de ano transforma uma solução prática em um peso adicional importante no orçamento doméstico.
E você, já deixou de pedir corridas por aplicativo neste dezembro por achar o preço alto demais?


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