Na 203ª reunião do Conselho Curador nesta quinta feira (18), o FGTS deve atualizar o teto de imóveis populares do Minha Casa Minha Vida, corrigir valores defasados há três anos e ampliar subsídios para destravar o financiamento da casa própria de famílias de baixa renda em 2026 em todo país.
O FGTS entra em uma das decisões mais aguardadas do ano para quem sonha com a casa própria. Nesta quinta-feira (18), durante a 203ª Reunião Ordinária do Conselho Curador, o fundo deve definir se aumenta o financiamento do Minha Casa Minha Vida e eleva o teto dos imóveis populares destinados a famílias de baixa renda.
A expectativa é que a mudança comece a aliviar o bolso já em 2026, especialmente para quem está nas faixas de menor renda e não consegue fechar o orçamento com os valores atuais. Técnicos do Ministério das Cidades apontam uma defasagem acumulada de cerca de três anos sem atualização da tabela, o que pressiona o acesso à moradia em um cenário de crédito mais caro e juros elevados.
Ajuste no teto dos imóveis populares nas faixas 1 e 2
O ponto central em análise pelo Conselho Curador do FGTS é a atualização do teto dos imóveis enquadrados nas faixas 1 e 2 do Minha Casa Minha Vida, voltadas a famílias com renda mensal de até R$ 4,7 mil. Hoje, em muitos municípios das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, o valor máximo dos imóveis populares está fixado em R$ 255 mil.
A proposta em discussão prevê uma correção média de 4% nesse limite, justamente para tentar acompanhar a alta dos preços dos imóveis e dos custos de construção desde o último reajuste. Com isso, imóveis que hoje ficam ligeiramente acima do teto poderiam finalmente entrar na tabela, permitindo que mais famílias usem o FGTS para financiar a compra da casa própria.
Nos municípios do interior de São Paulo e do Rio de Janeiro, um reajuste pelo mesmo percentual já entrou em vigor, o que reforça o argumento de que outras regiões ficaram para trás. Nas capitais, o limite permanece em R$ 350 mil. Para a faixa 3, destinada a famílias com renda de até R$ 8,6 mil, o teto continua em R$ 500 mil, valor que também vale para a faixa 4, voltada a rendas mensais entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil.
Condições especiais para famílias de menor renda no Norte e Nordeste
Além dos tetos, o Conselho Curador do FGTS trabalha com regras que garantem condições diferenciadas para famílias de menor renda, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Nessas localidades, o financiamento imobiliário pode contar com juros reduzidos, que variam de 4% a 10,5% ao ano, de acordo com a faixa de renda e o enquadramento no programa.
Outro ponto decisivo é o subsídio bancado pelo próprio FGTS, que pode chegar a desconto de até R$ 55 mil por família. Esse apoio entra diretamente no valor do imóvel, reduzindo o montante a ser financiado e, consequentemente, o valor da prestação. Para famílias com orçamento apertado, esse subsídio é muitas vezes o fator que define se o contrato cabe ou não no bolso.
Com tetos defasados e imóveis cada vez mais caros, muitos compradores acabam perdendo o acesso a esses benefícios, mesmo continuando dentro do limite de renda. Por isso, a atualização dos valores é tratada como peça-chave para recolocar as famílias de baixa renda dentro da faixa de imóveis financiáveis com apoio do FGTS.
FGTS já libera compra de imóveis de maior valor
Enquanto discute o aumento do teto dos imóveis populares, o Conselho Curador do FGTS já havia aprovado, em decisão anterior, a possibilidade de usar recursos do fundo para a compra de qualquer imóvel avaliado em até R$ 2,25 milhões. Essa regra vale para quem possui saldo suficiente e se enquadra nas condições de uso do fundo, ampliando o leque de opções para trabalhadores com maior capacidade de pagamento.
Na prática, isso cria um contraste importante: de um lado, há espaço para financiar imóveis de maior valor com o FGTS; de outro, famílias que dependem da habitação popular ainda esbarram em tetos desatualizados. A decisão desta quinta-feira (18) busca justamente corrigir essa distorção, garantindo que os recursos do fundo também viabilizem a casa própria para quem ganha menos.
A reunião desta quinta-feira (18) não se limita ao Minha Casa Minha Vida. Além do eixo habitacional, o colegiado deve analisar manifestação favorável ao Termo de Conciliação do Terreno do Gasômetro e a destinação de recursos para ações comemorativas dos 60 anos do FGTS.
Essas discussões mostram como o FGTS atua em várias frentes ao mesmo tempo, combinando habitação, infraestrutura urbana e políticas de uso dos recursos do trabalhador.
Transmissão ao vivo e impacto para quem quer comprar em 2026
A 203ª Reunião Ordinária do Conselho Curador do FGTS está marcada para começar às 9h30, com transmissão ao vivo pelo canal do Ministério do Trabalho e Emprego no YouTube e pelo site oficial do FGTS. O encontro é acompanhado de perto por construtoras, agentes financeiros, entidades do setor e, principalmente, por famílias que já estão em processo de compra ou estudando simulações de crédito.
Para quem espera fechar negócio em 2026, a decisão sobre o aumento do teto dos imóveis populares e o reforço do financiamento pelo FGTS pode significar a diferença entre manter o sonho no papel ou finalmente assinar o contrato da casa própria. Quanto maiores os limites e melhores as condições, maior a chance de a prestação caber no orçamento mensal de famílias de baixa renda.

