Relatório da International Living para 2026 coloca a Grécia como melhor país do mundo para se aposentar, graças ao clima ensolarado, milhares de ilhas, custo de vida relativamente baixo, sistema de saúde bem avaliado e visto de residência acessível que desbanca Portugal e Espanha na disputa e garante aposentadoria tranquila
A revista e o site International Living divulgaram o seu Índice Global Anual de Aposentadoria para 2026 e colocaram a Grécia como melhor país do mundo para se aposentar, ultrapassando Portugal e Espanha, que vinham liderando a lista nos últimos anos entre os destinos preferidos de aposentados que decidem viver fora de seus países de origem.
O ranking considera critérios como custo de vida, qualidade da saúde, moradia, vistos, clima e facilidade de integração, e aponta que a combinação de visto mais acessível, clima ensolarado, milhares de ilhas pitorescas e estilo de vida acolhedor transformou a Grécia em uma opção de peso para quem pensa em passar a aposentadoria na Europa com mais qualidade de vida.
Como funciona o índice e por que a Grécia subiu ao topo
O Índice Global Anual de Aposentadoria da International Living é elaborado com base em dados recentes e na contribuição de uma rede de mais de 200 especialistas e expatriados, que avaliam os principais destinos do mundo para aposentados. Cada país recebe pontuações em categorias como custo de vida, saúde, moradia, vistos e benefícios, clima, desenvolvimento e governança e afinidade e integração.
Segundo Jennifer Stevens, editora executiva da International Living, a ascensão da Grécia ao primeiro lugar representa uma mudança importante no panorama da aposentadoria na Europa. Por muitos anos, Portugal e Espanha dominaram a preferência dos aposentados estrangeiros, mas mudanças recentes nas regras de vistos e o aumento dos custos nesses países têm levado muitos candidatos à aposentadoria a considerar novos destinos.
A Grécia aparece como resposta a essa busca por uma base europeia bela, acolhedora e financeiramente viável, com opções de residência consideradas mais acessíveis e um estilo de vida que combina mar, sol, gastronomia, cultura e rotina mais tranquila. Esse conjunto de fatores pesa diretamente na decisão de quem tenta definir qual é o melhor país do mundo para se aposentar.
Golden Visa grego e o apelo do estilo de vida mediterrâneo
Um dos destaques da Grécia no índice é o programa Golden Visa, que concede autorização de residência a estrangeiros que façam um investimento imobiliário mínimo de 250 mil euros, o equivalente a cerca de 1,545 milhão de reais. De acordo com a International Living, esse é um dos programas de residência por investimento mais acessíveis da Europa.
Além disso, o país se saiu muito bem em categorias como clima, saúde e habitação. O clima mediterrâneo, com muitos dias de sol ao longo do ano, é um atrativo claro para aposentados que desejam trocar invernos rigorosos por temperaturas mais amenas. As milhares de ilhas gregas, com paisagens pitorescas e comunidades menores, reforçam a imagem de refúgio tranquilo que muitos buscam para a fase pós-trabalho.
O caso de Patricia Mahan e Dan Matarazzo, casal dos Estados Unidos, exemplifica esse movimento. Eles compraram em 2023 uma casa de dois quartos por 150 mil dólares, cerca de 794 mil reais, na vila de Kritsa, na ilha de Creta. O objetivo era viver perto do mar, em um lugar mais acessível, mas sem abrir mão de comodidades importantes como hospitais de ponta, aeroporto nas proximidades, feiras semanais e supermercados bem abastecidos.
Para muitos estrangeiros, a possibilidade de morar em vilas com forte senso de comunidade, porém com boa infraestrutura, serviços de saúde e conexões de transporte, faz a balança pender para a Grécia na hora de comparar o melhor país do mundo para se aposentar com outros destinos europeus tradicionais.
Os outros países mais bem colocados no ranking de 2026
Embora a Grécia tenha assumido o primeiro lugar, o índice da International Living para 2026 destaca outros nove países que continuam muito competitivos na corrida pelo título de melhor país do mundo para se aposentar. Cada um deles se sobressai em determinadas categorias, o que pode fazer diferença dependendo do perfil de vida desejado pelo aposentado.
O Panamá, por exemplo, lidera na categoria de vistos e benefícios para aposentados. O Programa Pensionado oferece vantagens expressivas, como 50% de desconto em entretenimento, 30% em transporte, 25% em passagens aéreas, 15% em despesas médicas e abatimentos em contas de eletricidade e refeições em restaurantes. O sistema de saúde é apontado como comparável ao dos Estados Unidos, porém com custos muito menores.
A Costa Rica se destaca principalmente pelo clima e pela forte proteção ambiental. Cerca de 25% do território é composto de florestas tropicais protegidas, e 99% da energia do país vem de fontes renováveis. A Península de Nicoya é uma das famosas “zonas azuis”, regiões associadas à longevidade de seus moradores, o que reforça o apelo do país para quem deseja uma aposentadoria mais ligada à natureza e à saúde.
Portugal, que já foi líder em muitos rankings, manteve excelente pontuação em saúde, ficando atrás apenas da França nessa categoria, além de boas notas em clima e governança. O país encerrou o programa Golden Visa para investimento residencial, mas segue oferecendo o visto D7, voltado à renda passiva, que exige comprovação de renda estável em vez de grandes aportes financeiros. Para muitos americanos, viver fora de Lisboa, Porto ou Algarve ainda é considerado mais barato que morar em grandes metrópoles como São Francisco ou Manhattan.
O México aparece com boa avaliação em vistos, benefícios e infraestrutura. Segundo a International Living, até um milhão de americanos e canadenses já vivem no país, atraídos por rodovias em boas condições, internet rápida, custo de vida menor, sistema de saúde de qualidade e um caminho relativamente simples para obter residência. Depoimentos de expatriados indicam que a recepção costuma ser acolhedora, especialmente em cidades médias e litorâneas.
Já a Itália tem como ponto forte a categoria afinidade, ligada à integração e à sensação subjetiva de pertencer ao lugar. O país também obteve boa pontuação em saúde, no mesmo patamar da Grécia, com nota 89 em 100. Histórias como a do casal Doug e Leah Johnson, que reformou um apartamento do século XIV na região do Lácio por 9 mil euros em 2019, reforçam o apelo de patrimônio histórico preservado, comunidades pequenas e laços de vizinhança muito próximos.
A França lidera a categoria de saúde, com pontuação 97, graças ao seu sistema público considerado referência mundial. Há discussões internas sobre mudanças na gratuidade para aposentados estrangeiros, mas especialistas avaliam que o país deverá seguir atraente pelo mix de clima, cultura, gastronomia e qualidade de vida. Casos como o de Mary Jane Wilkie, que trocou Nova York por Paris aos 79 anos em 2021, mostram que mudanças radicais de país podem acontecer até em idades avançadas.
A Espanha continua bem colocada, com notas altas em saúde, 94, e afinidade, 90, embora o custo de vida tenha pontuação um pouco mais baixa. Casais que obtêm vistos não lucrativos conseguem viver sem trabalhar no país, com acesso ao sistema público de saúde, como relatam Regina e John Zdravich, que compraram uma casa na Catalunha e elogiam tanto o atendimento médico quanto o preço de remédios.
Na Ásia, Tailândia e Malásia se destacam especialmente pelo custo de vida mais baixo e pelo clima quente. A Tailândia aparece bem também em desenvolvimento e governança, e relatos de expatriados ressaltam sensação de segurança e vida mais pacata em cidades menores e regiões de praia. A Malásia, por sua vez, combina infraestrutura moderna, diversidade cultural e programas de residência como o Malásia Meu Segundo Lar, com Penang despontando como ilha com boa gastronomia e natureza exuberante.
O que pesa na escolha do melhor país do mundo para se aposentar
A decisão sobre qual é, na prática, o melhor país do mundo para se aposentar depende menos de um ranking isolado e mais da combinação entre orçamento, estilo de vida desejado, tolerância a mudanças culturais e prioridades pessoais. Para alguns, o foco é maximizar o poder de compra; para outros, o sonho é viver perto do mar ou em cidades históricas com vida cultural intensa.
Apesar disso, o levantamento da International Living oferece um mapa valioso para quem cogita se mudar. No caso da Grécia, pesam positivamente o programa de residência por investimento considerado mais acessível, a boa avaliação em clima, saúde e moradia e o fato de o país se posicionar como base europeia com custos ainda mais competitivos que outros vizinhos da região.
Antes de decidir qual é o melhor país do mundo para se aposentar, especialistas recomendam planejamento detalhado, visitas exploratórias, análise de vistos disponíveis, verificação de cobertura de saúde, custos médios de aluguel, transporte, alimentação e procedimentos para levar economias e aposentadorias ao novo país. Histórias reais de expatriados ajudam a visualizar o dia a dia além das fotos de cartão-postal.
No fim, o título de melhor país do mundo para se aposentar, hoje atribuído à Grécia, funciona como convite para que cada aposentado em potencial coloque na balança seus próprios critérios e veja onde eles se alinham melhor: em uma vila ensolarada da Grécia, em uma cidade histórica da Itália, em uma capital cosmopolita da França, em uma praia tropical da Costa Rica ou em outro destino da lista.

