Mulher de 70 anos assa pão francês em forno de barro com cavalos de tração na Fazenda Harken, em Vermont, e sustenta famílias com vida autossuficiente.Mulher de 70 anos assa pão francês em forno de barro com cavalos de tração na Fazenda Harken, em Vermont, e sustenta famílias com vida autossuficiente.

À frente da Fazenda Harken, em Vermont, a mulher de 70 anos Suzanne Lupien assa pão francês em forno de barro, à luz de velas, usa cavalos de tração, cultiva o próprio alimento e sustenta 20 famílias com uma rotina radicalmente simples, manual e autossuficiente no campo frio de Vermont.

Enquanto a mulher de 70 anos Suzanne Lupien acende velas, alimenta o forno de barro e guia cavalos de tração na Fazenda Harken, em Vermont, ela mantém técnicas de 1850 vivas, produz pão francês artesanal e sustenta 20 famílias com uma rotina radicalmente simples e autossuficiente, todos os dias ali.

Em 8 de setembro de 1987, uma carta de Julia Child elogiando seu pão confirmou que aquele ofício antigo tinha futuro, e hoje, já como mulher de 70 anos, Suzanne segue assando pão francês à moda de 1850, à luz de velas e em forno de barro, como parte de uma vida autossuficiente construída ao longo de décadas na propriedade de colinas frias e bosques densos em Vermont.

Pão francês feito como em 1850, à luz de velas

Mulher de 70 anos assa pão francês em forno de barro com cavalos de tração na Fazenda Harken, em Vermont, e sustenta famílias com vida autossuficiente.

Na cozinha da Fazenda Harken, a cena se repete antes do amanhecer.

A mulher de 70 anos risca o fósforo, acende as velas e começa a misturar a massa completamente à mão, sobre a mesa simples de madeira.

Não há termômetro digital, planilha de tempo nem visor eletrônico, apenas farinha, água, fermento, sal e o som do fogo crescendo no forno de barro que ela mesma construiu.

Para Suzanne, cada etapa é uma colaboração entre elementos vivos.

Ela fala da massa como algo que respira e cresce, do ar frio que entra pela porta do celeiro, das árvores que cercam a fazenda e do fogo que reage ao seu cuidado.

Enquanto amassa, a mulher de 70 anos repete que tudo ali está vivo e que o pão francês só faz sentido quando traduz esse encontro entre ingredientes simples, tempo paciente e atenção plena.

O forno de barro que liga gerações e memórias

O centro da produção da mulher de 70 anos é um forno de barro de estilo franco-canadense, construído com tijolos, concreto e uma laje cuidadosamente nivelada.

A estrutura não tem chaminé tradicional, o fogo começa na boca do forno e, à medida que a temperatura sobe, cria um fluxo de ar que suga a chama para dentro, um sistema tão primitivo quanto eficiente.

Suzanne conta que parte das pedras veio de uma antiga pedreira na estrada, na propriedade de amigos, onde ela encontrou fragmentos que se encaixavam quase por instinto.

Ela diz que qualquer pessoa no mundo conseguiria entender esse forno apenas olhando o fogo e a câmara de barro, porque não há tecnologia exclusiva, botões ou códigos, apenas calor e tijolo, iguais para todos.

Para a mulher de 70 anos, isso confirma a ideia de que somos todos iguais perante o fogo e perante o pão que sai daquela cavidade iluminada em vermelho.

Cavalos de tração, poço de água e tarefas sem atalhos

Enquanto o forno aquece, a rotina da fazenda segue rígida.

A mulher de 70 anos retira água do poço manualmente, observa grilos e pequenos animais que aparecem à beira do balde e cuida para não feri-los.

Em seguida, verifica as cestas de pão, divide a massa e acompanha o ponto do forno, retirando brasas com uma pá longa antes de colocar os pães para assar diretamente sobre o piso de tijolos.

Nada ali depende de motores modernos.

O trabalho pesado de arar, puxar carroças e mover cargas é feito com cavalos de tração, treinados para obedecer ao ritmo das estações e do terreno.

Entre um lote de pão e outro, Suzanne aproveita para cuidar das galinhas, reforçar cercas à prova de guaxinins e caminhar até o jardim, onde abobrinhas e outras hortaliças começam a se recuperar depois de chuvas fortes.

Em cada movimento, a mulher de 70 anos reforça o compromisso com uma vida que escolhe deliberadamente o caminho mais trabalhoso em vez do atalho mais rápido.

Uma fazenda que alimenta 20 famílias com autossuficiência

Toda essa disciplina diária tem um objetivo claro.

A produção da mulher de 70 anos abastece cerca de 20 famílias da comunidade ao redor da Fazenda Harken, com pães frescos, hortaliças, ovos e outros alimentos preparados com técnicas que remetem ao século XIX.

Os clientes conhecem o ritmo da fazenda, sabem que o forno de barro tem seu próprio tempo e que os pães só saem quando a massa, o fogo e o clima concordam entre si.

Suzanne não vê isso como um negócio escalável, mas como um compromisso com a autossuficiência e com a saúde da terra.

Ela afirma que vai depender cada vez mais daquele jardim mais plano e fértil, que cuida com atenção redobrada após cada tempestade.

Em vez de buscar ganhos rápidos, a mulher de 70 anos prefere garantir que cada pão entregue, a cada uma das 20 famílias, carregue sabor, história e o peso honesto do trabalho manual.

Filosofia de vida simples em oposição ao “mercado global”

Nas pausas entre fornadas, a mulher de 70 anos reflete sobre o mundo contemporâneo.

Ao ler reportagens sobre jovens formados que não encontram emprego e se sentem perdidos, ela lembra que há um universo inteiro de tarefas significativas fora dos escritórios, mesmo que pouco valorizadas financeiramente.

Para Suzanne, o problema é uma educação que conduz todos a uma trilha única em direção ao mercado global, deixando de lado experiências livres, contato com a natureza e o aprendizado de habilidades concretas.

Ela propõe outra rota: fazer coisas com as próprias mãos, caminhar pelos bosques, cantar, brincar com lama, cuidar uns dos outros e ser gentil com a terra.

A mulher de 70 anos resume que a verdadeira arte que precisa ser ensinada hoje é a arte de viver, não apenas a arte de trabalhar.

Para ela, muitas pessoas estão tristes e sobrecarregadas porque foram afastadas de atividades que unem corpo, mente e comunidade em torno de algo simples, como um pão que assa lentamente.

A carta de Julia Child e a confirmação de um destino

Na história da mulher de 70 anos, um episódio de 1987 serve como marco. Em 8 de setembro daquele ano, Suzanne recebeu uma carta de Julia Child depois de enviar um dos seus pães.

A mensagem, guardada como lembrança preciosa, elogiava o sabor, a técnica e a autenticidade do que saía do forno.

Aquela resposta, escrita à mão, funcionou como um selo de reconhecimento de que seu caminho artesanal fazia sentido, mesmo num mundo já cheio de industrialização.

Desde então, a mulher de 70 anos passou a dedicar cada fornada à memória da avó franco-canadense, que também alimentou muitas pessoas em tempos difíceis.

Cada fogo aceso ao amanhecer é, segundo ela, uma forma de comunhão com essa ancestral que nunca conheceu pessoalmente, mas cuja presença sente em cada pão deslizado pela pá de madeira.

Para Suzanne, cada assado é um elo entre passado, presente e futuro, unindo a história da família, a terra de Quebec, as colinas de Vermont e as 20 famílias que hoje recebem seus pães.

Ao conhecer a rotina dessa mulher de 70 anos, que troca confortos modernos por velas, forno de barro, cavalos de tração e autossuficiência, você toparia simplificar radicalmente a própria vida para assar pão e sustentar uma pequena comunidade assim todos os dias?

Autor

  • Bruno Teles

    Falo sobre tecnologia, inovação, automotivo e curiosidades. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro.
    Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil.
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2 thoughts on “Mulher de 70 anos assa pão francês à luz de velas em forno de barro na fazenda em Vermont e sustenta 20 famílias com técnicas de 1850, cavalos de tração e vida radicalmente simples, autossuficiente”
  1. […] Ao longo do século XX, o encontro entre crescimento urbano acelerado, ausência de política habitacional, geografia restritiva e desigualdade extrema entre morro e asfalto consolidou um modelo específico de expansão: condomínios de alto padrão na planície e ocupação popular nas encostas. O contraste entre o metro quadrado de cerca de 28.000 reais no Leblon e algo perto de 4.000 reais na Rocinha resume a lógica de uma cidade em que proximidade física não significa proximidade social. […]

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