Com investimento de R$ 106,6 milhões, as pontes do Espírito Santo nas BR 259 e BR 262 passam por reforço estrutural profundo para suportar tráfego pesado, reduzir interdições, prolongar a vida útil das estruturas e elevar a segurança de caminhoneiros, turistas e moradores da região capixaba e do país inteiro.
Em 6 de dezembro de 2025, as pontes do Espírito Santo que cruzam o Rio Doce e o Rio Jucu entraram de vez no centro da agenda de infraestrutura federal. As obras de reforço estrutural nas BR 259/ES e BR 262/ES buscam adaptar estruturas antigas a um cenário de tráfego cada vez mais intenso e pesado, em rotas estratégicas para o escoamento de cargas e a circulação de passageiros.
Ao mesmo tempo, o cronograma prevê a conclusão da ponte do Fontenelle até maio de 2026 e a reta final das intervenções na ponte sobre o Rio Jucu nas próximas semanas. A expectativa é reduzir ao máximo as interdições emergenciais, evitar restrições prolongadas ao tráfego e garantir condições mais seguras para caminhoneiros, turistas e moradores que dependem diariamente dessas conexões rodoviárias na região capixaba.
O que está em obra nas pontes do Espírito Santo
As atuais intervenções em pontes do Espírito Santo se concentram em duas estruturas federais consideradas Obras de Arte Especiais. Na BR 259/ES, a ponte do Fontenelle, sobre o Rio Doce, entre Colatina e Baixo Guandu, passa por um pacote de reforço estrutural e recuperação profunda.
Foram demolidos trechos de concreto armado comprometidos, com reconstituição da laje superior e execução de lajes em balanço, adequadas ao aumento de carga e à evolução das normas técnicas. O projeto inclui instalação de barreiras rígidas de proteção, limpeza total da estrutura, reparos com graute e tratamento de fissuras passivas, para devolver capacidade resistente e prolongar a vida útil da ponte.
Na BR 262/ES, a ponte sobre o Rio Jucu, na divisa entre Domingos Martins e Viana, já tem mais de 90% das obras executadas. Ali, os serviços envolvem argamassa polimérica em pontos críticos, concretagem de elementos estruturais e correção de fissuras com abertura controlada, preparando a estrutura para a desmobilização do canteiro e para uma operação mais estável do tráfego.
Por que essas Obras de Arte Especiais são estratégicas
As pontes do Espírito Santo em reforço estão em eixos que funcionam como espinha dorsal da logística regional. A BR 259/ES conecta o noroeste capixaba e o leste de Minas Gerais aos portos do estado, atendendo cargas de café, frutas, granito e produtos industrializados. Qualquer restrição na ponte do Fontenelle afeta diretamente frete, prazos logísticos e custos de transporte.
Já a BR 262/ES articula o Espírito Santo com Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, combinando alto fluxo de caminhões com intenso movimento de turistas rumo ao litoral e à serra. A ponte sobre o Rio Jucu é ponto sensível nesse corredor, e seu reforço estrutural reduz o risco de interdições longas que poderiam isolar trechos inteiros, pressionar rotas alternativas e aumentar o número de acidentes em desvios menos preparados.
Ao investir R$ 106,6 milhões nessas Obras de Arte Especiais, o governo busca adaptar o padrão estrutural das pontes do Espírito Santo ao tráfego pesado atual, em vez de operar apenas com medidas emergenciais de restrição e contenção.
Como as obras alteram o tráfego e a segurança nas BR 259 e BR 262
Durante as frentes de serviço nas pontes do Espírito Santo, o tráfego precisa ser ajustado para proteger tanto as equipes técnicas quanto os usuários. Na ponte do Fontenelle, foram definidos limites de carga, restrições de comprimento máximo dos veículos e proibição de passagem simultânea de determinados tipos de caminhão, reduzindo esforços na estrutura durante demolições e concretagens.
Na ponte sobre o Rio Jucu, o DNIT implantou sistema de Pare e Siga, com liberação alternada dos sentidos, já que a travessia opera temporariamente em apenas uma faixa. Em paralelo, medidas como macaqueamento, instalação de aparelhos de apoio em neoprene e reparos localizados visam diminuir o risco de deformações excessivas e falhas súbitas.
A meta é clara: diminuir a necessidade de interdições emergenciais que interrompem a BR 259/ES e a BR 262/ES sem aviso prévio, ampliar a confiabilidade estrutural e manter níveis de segurança compatíveis com o volume de caminhões, ônibus e veículos leves que cruzam diariamente essas pontes do Espírito Santo.
Impactos para caminhoneiros, turistas e moradores da região capixaba
Para caminhoneiros, as obras significam, num primeiro momento, mais controle operacional e algum aumento de tempo de viagem, por causa dos limites de carga, das filas em sistemas de Pare e Siga e da redução temporária de faixas. Em contrapartida, a entrega das obras tende a reduzir quebras inesperadas de rota, desvios longos e custos extras com combustível e manutenção.
Para o turismo, especialmente nos finais de semana e feriados, a estabilização das pontes do Espírito Santo representa menor risco de congestionamentos imprevisíveis em corredores fundamentais para acesso ao litoral e à serra. A previsibilidade no tempo de viagem é um fator direto na decisão de deslocamento de famílias, excursões e eventos regionais.
Já para os moradores da região capixaba atendida pelas BR 259/ES e BR 262/ES, o reforço estrutural diminui a chance de isolamento temporário de comunidades, facilita o acesso contínuo a serviços de saúde, educação e comércio e melhora as condições para instalação e expansão de empresas que dependem de logística rodoviária confiável.
Próximos passos e horizonte até 2026
O cronograma em vigor prevê que a ponte do Fontenelle, na BR 259/ES, seja concluída até maio de 2026, com etapas de teste, inspeções finais e ajustes operacionais antes da liberação plena do tráfego. Até lá, a convivência entre obra e circulação de veículos seguirá exigindo atenção redobrada de motoristas e acompanhamento constante por parte dos órgãos responsáveis.
Na ponte sobre o Rio Jucu, na BR 262/ES, a conclusão prevista para as próximas semanas deve liberar a estrutura para operação próxima da capacidade total, ainda sob monitoramento técnico. A tendência é que a manutenção periódica e as inspeções regulares passem a ter papel mais central na gestão das pontes do Espírito Santo, evitando que a recuperação profunda seja sempre feita em caráter emergencial.
Esse conjunto de intervenções reforça a necessidade de um planejamento de longo prazo para as Obras de Arte Especiais em rodovias federais, sobretudo em estados com forte dependência do modal rodoviário, como o Espírito Santo. Manter pontes do Espírito Santo preparadas para o tráfego pesado que cresce ano após ano é condição básica para preservar vidas, sustentar a competitividade econômica e garantir mobilidade mínima à população.
Na sua opinião, qual deve ser a próxima prioridade de investimento em rodovias federais depois dessas obras nas pontes do Espírito Santo?


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