Guia real da travessia do Paraguai ao Brasil, explicando a fronteira Paraguai Brasil, a parada em Ponta Porã e a rota até Bonito MS de Kombi.
Atravessar do Paraguai ao Brasil pela fronteira seca de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã parece simples, mas envolve imigração, horários específicos, paradas estratégicas e algumas surpresas que muita gente ignora quando só pensa em Bonito. No meio do caminho tem história de guerra, parque público bem cuidado, lavanderia barata, comida de vó e camping familiar, tudo isso antes de chegar às águas cristalinas.
Ao sair de Laguna Blanca, esse pedaço de paraíso no Paraguai, a viagem de Paraguai ao Brasil deixa de ser só um deslocamento no mapa e vira um roteiro completo. Entre a última manhã de sol paraguaia e o primeiro mergulho em Bonito, existe uma rota com paradas reais, preços acessíveis e encontros que mudam a forma de olhar o Mato Grosso do Sul, muito além da fama de destino caro.
Do paraíso de Laguna Blanca à estrada de volta
O dia começa em Laguna Blanca com sol, pouco vento e clima de despedida. É sábado, o céu está limpo e a missão é clara: encerrar o último trecho no Paraguai e seguir do Paraguai ao Brasil rumo a Ponta Porã e, depois, Bonito.
A Kombi já está no modo viagem, a casa rodante organizada, café tomado e GPS apontando para Pedro Juan Caballero. São pouco mais de 200 quilômetros até a fronteira, com tempo estimado de três horas. A estrada está boa, o trânsito é tranquilo e, por ser fim de semana, quase não há movimento de trabalhadores.
No caminho, a primeira lembrança de que Paraguai ao Brasil não é só paisagem: uma barreira policial. É a primeira vez que o casal é parado. Eles descem da Kombi, mostram documentos do carro, identidade, explicam que são turistas e apresentam o comprovante de imigração recebido na entrada do país. Depois de algumas perguntas sobre origem, destino e o que levam a bordo da casa rodante, são liberados. Perto da fronteira, o controle é mais criterioso e a documentação precisa estar em ordem.
Paraguai ao Brasil pela fronteira seca: onde fazer a saída legal
Chegando a Pedro Juan Caballero, começa a parte mais confusa da travessia de Paraguai ao Brasil: a saída oficial do país. Muita gente cruza a fronteira pela rotina de compras, entra e sai sem nem pensar em imigração. Mas quem entrou legalmente pelo Paraguai, com passaporte ou identidade registrada e ticket de entrada, precisa dar saída formal para não ficar com pendência migratória.
A região é uma “aduana seca”. Você está em Pedro Juan de um lado, Ponta Porã do outro, sem rio ou ponte marcando a mudança de país. O problema é que o posto de imigração não é óbvio. Depois de rodar um pouco, vem a descoberta importante:
O guichê de imigração estrangeira fica ao lado do Shopping China, numa área identificada como Administração de Navegação e Portos. Para quem chega pela rota principal, ele está à esquerda de quem vem pela rodovia, sendo necessário seguir um pouco à frente, fazer o retorno e voltar para acessar o local correto.
Ali é onde você faz a saída oficial do Paraguai ao Brasil: apresenta o ticket de entrada, o passaporte ou a identidade conforme usou na chegada, e regulariza a situação antes de cruzar de vez para o lado brasileiro.
Um detalhe essencial é o horário de funcionamento. O posto não funciona 24 horas:
- de segunda a sexta funciona das 7 da manhã às 8 da noite
- aos sábados e domingos funciona das 8 da manhã às 8 da noite
Ou seja, não dá para contar com a imigração de madrugada. Quem entrou pela fronteira terrestre e quer manter tudo dentro da lei precisa planejar a passagem de Paraguai ao Brasil dentro dessa janela de atendimento.
Compras rápidas e mar de placas brasileiras em Pedro Juan
Antes de cruzar definitivamente do Paraguai ao Brasil, tem um último capítulo em Pedro Juan Caballero: o universo das compras. O Shopping China é aquele gigante que todo mundo comenta, e no sábado à tarde ele está lotado de brasileiros. Quase só se vê placa do Brasil no estacionamento.
O foco aqui não é fazer enxoval nem gastar fortunas, e sim resolver detalhes práticos da viagem:
latas de gás para o fogareiro da Kombi, um protetor novo para a lente da câmera 360, alguns itens pontuais. Depois disso, é hora de encerrar o ciclo paraguaio na imigração e seguir para Ponta Porã, já em território brasileiro.
Primeira parada no Brasil: Ponta Porã e o Parque dos Ervais
Assim que a travessia de Paraguai ao Brasil é concluída, Ponta Porã vira a primeira base do lado brasileiro. A indicação é de um parque com boa estrutura para passar a noite, e o destino é o Parque dos Ervais.
O lugar surpreende logo na chegada. Há área verde ampla, lagoa cheia de peixes, playground, quadras de esporte, academia ao ar livre e espaço para piquenique, com árvores que fazem sombra generosa. Uma máquina de água potável e gelada logo na frente complementa a estrutura.
A Kombi passa a noite estacionada em frente ao parque. Apesar de algumas pessoas relatarem barulhos em horários diferentes, a experiência é tranquila. A rua lateral é mais calma do que a avenida principal, que concentra o trânsito pesado. É um bom exemplo de como o Mato Grosso do Sul oferece espaços públicos dignos de parada, sem custo de hospedagem, para quem viaja sobre rodas.
Lavanderia em contêiner, fronteira invisível e cidade horizontal
No dia seguinte, a rotina é prática. Primeiro, resolver uma pendência que não foi possível resolver no Paraguai: lavar roupa. Em Ponta Porã, uma lavanderia automática em contêiner resolve o problema. O esquema é simples:
- cesto de roupa para lavar por R$ 17
- lavar e secar por R$ 34
Para quem está viajando de Kombi ou motorhome, ter uma lavanderia assim logo na primeira cidade do lado brasileiro é quase luxo acessível. Em pouco tempo a roupa está limpa, seca e pronta para o próximo trecho da estrada.
Ponta Porã também chama atenção por outro motivo. A fronteira entre Paraguai e Brasil aqui é literalmente uma avenida. De um lado, você está no Brasil. Do outro, já é Paraguai. Não há fiscalização constante para quem apenas cruza para compras rápidas, e a cidade tem esse clima de fronteira viva, com fluxos misturados.
A paisagem urbana é de uma cidade horizontal, sem prédios muito altos, com avenidas largas e arborização em trechos importantes. Logo depois, a estrada segue por um tempo acompanhando a linha da fronteira, com Paraguai de um lado e Brasil do outro, até que finalmente as rotas se separam e o caminho se volta totalmente para o interior sul-mato-grossense.
Jardim: entre o Batalhão, o camping familiar e a Guerra do Paraguai
De Ponta Porã, a próxima parada antes de Bonito é Jardim, uma cidade que, à primeira vista, parecia ser apenas um ponto técnico para dormir. Na prática, se revela um dos capítulos mais ricos da rota de Paraguai ao Brasil.
O camping escolhido fica em frente a um Batalhão do Exército. É o camping da Marley, um espaço simples e acolhedor, com muita árvore, luz, água e banheiro com chuveiro quente. A dona, mesmo estando em Campo Grande, libera a chegada por mensagem e só retorna mais tarde. É aquele tipo de hospitalidade que faz o viajante se sentir em casa sem burocracia.
Na manhã seguinte, a programação inclui uma visita que muda completamente o tom da viagem: o Museu Retirada da Laguna, ligado à história da Guerra do Paraguai. O camping fica praticamente em frente ao museu, é só atravessar a rua.
Lá dentro, o chão conta uma história que mistura o que aconteceu do Paraguai ao Brasil de um jeito bem diferente do turismo atual. Em 1867, durante a guerra, uma coluna do Exército brasileiro invadiu o território paraguaio, mas cercados, doentes e sem suprimentos, os soldados foram obrigados a recuar. A retirada virou uma marcha de sobrevivência, não de conquista.
O escritor Visconde de Taunay registrou cenas de homens, mulheres e crianças caminhando centenas de quilômetros sob ataque, fome e cólera. Visitar esse museu não é glorificar a guerra, é encarar a memória de uma fronteira que já foi cenário de sofrimento antes de virar rota de viagem, compras e ecoturismo.
Comida de vó e preços de verdade: a descoberta da Casa Abil
Jardim também mostra outra faceta do Mato Grosso do Sul: comida caseira boa e barata, em um clima de casa de família. A indicação vem da própria secretaria de turismo da cidade: a Casa Abil, uma cozinha artesanal que funciona com prato do dia.
Chegar cedo é quase regra. A recomendação oficial é estar lá antes do meio-dia porque a comida costuma acabar rápido. Quando o relógio marca 11h30, o salão já está cheio e muita gente sai com marmita na mão. Os preços ajudam a explicar:
- prato com bife acebolado e ovo por cerca de R$ 18
- opção mais reforçada, com dois bifes e dois ovos, em torno de R$ 25
O prato é farto, com arroz, feijão, macarrão e acompanhamentos. Depois de dias de estrada, comer um arroz e feijão bem feitos, com aquele sabor de comida de vó, por um preço justo, vira parte importante da experiência.
Do lado de fora, um pássaro de asas abertas parece secar ao sol, dando aquele toque de cena de interior. É mais uma prova de que o caminho entre Paraguai ao Brasil e Bonito não é só deslocamento, é uma sequência de encontros simples que valem tanto quanto qualquer atração famosa.
Entre adesivos, chipa e novas rotas no mapa
No camping em Jardim, o tempo também é de organizar memórias. Adesivos de outros viajantes vão sendo colados na Kombi: projetos que se conheceram no lago, rotas feitas na Argentina, a grande expedição registrada em um adesivo com datas e destinos.
É aqui também que entra mais um ritual de fronteira: comer chipa. A dona do camping sai com o casal, mostra a cidade, apresenta a família e leva para experimentar a chipa local, herança direta da proximidade com o Paraguai. Mesmo já no Brasil, os costumes seguem misturados, provando que a linha da fronteira é geográfica, mas a cultura é compartilhada.
Reta final: agência local e chegada à região de Bonito
De Jardim, o itinerário segue para Bonito, passando por balneário e gruta. Mas, diferente de outros destinos, a região de Bonito tem regras rígidas de visitação. As atividades são controladas por limite diário de pessoas, necessidade de agendamento e coordenação entre agências e atrativos, justamente para preservar os rios, trilhas e cavernas.
Por isso, o planejamento da última etapa do caminho de Paraguai ao Brasil até Bonito é feito com ajuda de uma agência local, “Onde ir em Bonito MS”, através da consultora Sui. Ela pergunta o que o casal gosta, entende o orçamento, cruza com a disponibilidade de tempo e monta um roteiro sob medida, com passeios viáveis e experiências dentro da realidade financeira da viagem.
Ter alguém local ajudando a organizar a agenda evita frustração, filas e gastos à toa, principalmente em um destino com fama de caro e com tantas regras ambientais. A partir daí, a poeira da estrada dá lugar às águas cristalinas, e o “quintal” da Kombi finalmente mergulha no cartão postal do ecoturismo brasileiro.
Muito além da fronteira: o que essa rota ensina
No fim, atravessar do Paraguai ao Brasil até Bonito por terra não é só uma questão de carimbar documento na imigração. É um roteiro que mistura futuro e passado, estrutura urbana e natureza, supermercado e museu de guerra, lavanderia em contêiner e camping rústico, chipa e arroz com feijão.
Você aprende que:
- a saída legal do Paraguai exige atenção a horários e localização do posto de imigração
- Ponta Porã oferece parque público e serviços que facilitam a vida de quem viaja sobre rodas
- Jardim guarda um pedaço doloroso da história da Guerra do Paraguai e, ao mesmo tempo, acolhe com comida caseira e camping familiar
- Bonito começa muito antes dos rios transparentes, na forma como você se relaciona com cada parada do caminho
No mapa, é só uma linha saindo de Laguna Blanca, passando por Pedro Juan, Ponta Porã, Jardim e chegando a Bonito. Na prática, é uma travessia que mostra que o Brasil e o Paraguai se encontram muito antes da placa de “Bem-vindo” na beira da estrada.
E você, já fez alguma travessia de Paraguai ao Brasil ou pensa em encarar essa rota até Bonito de carro, kombi ou motorhome? O que mais te chama atenção: a fronteira viva, a história da guerra ou as paradas simples e baratas pelo caminho?
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