Ferramenta BC Protege+ do Banco Central protege CPFs, bloqueia conta bancária e reduz fraude digital com nova camada de segurança nacional.Ferramenta BC Protege+ do Banco Central protege CPFs, bloqueia conta bancária e reduz fraude digital com nova camada de segurança nacional.

Ferramenta BC Protege+ do Banco Central, em funcionamento desde 1º de dezembro de 2025, já poupou mais de 11 mil brasileiros de golpes ao bloquear abertura de contas suspeitas, após mais de 270 mil cadastros em poucos dias em todo o país nesta primeira semana de operação contra fraudes digitais.

Em apenas uma semana de funcionamento, a ferramenta BC Protege+ do Banco Central, criada para bloquear a abertura de contas em nome de vítimas, já evitou que mais de 11 mil brasileiros caíssem em novos golpes desde 1º de dezembro de 2025.

Mais de 270 mil pessoas haviam corrido para se cadastrar no sistema, que registra a vontade do cidadão de impedir a criação de contas novas vinculadas ao seu CPF em instituições financeiras de todo o país.

Golpes em série esvaziam aposentadorias e benefícios

A papelada que se acumula na casa da aposentada Vânia Lúcia Bittecourt conta a história de um golpe que ela não imaginava enfrentar: empréstimos, transferências bancárias e até a abertura de uma conta em um banco que ela nem sabia que existia. Tudo feito por criminosos que se aproveitaram dos dados pessoais da aposentada.

“O prejuízo está em torno de, assim, se for calcular hoje já passou de R$ 20 mil, entendeu? Eu não esperava que iria cair em um golpe tão, assim, sabe, tão ardiloso”, relata Vânia. O caso dela ilustra o tamanho do dano que fraudes financeiras causam, principalmente para idosos e aposentados.

A auxiliar de cozinha Edilaine Evangelista do Nascimento também viu sua vida financeira virar alvo de criminosos. Usando os documentos dela, golpistas conseguiram emplacar vários empréstimos em sequência. “O primeiro empréstimo no valor de R$ 38 mil, segundo de R$ 5 mil e terceiro de R$ 1,8 mil, R$ 1,9 mil. Está descontando empréstimo todo mês, recebo R$ 600 do governo e eu não posso fazer nada”, conta.

Casos como o de Vânia e Edilaine ajudam a explicar a corrida recente de brasileiros para o BC Protege+, ferramenta do Banco Central que tenta cortar o golpe na origem, impedindo que novas contas sejam abertas sem o conhecimento do titular do CPF.

Como funciona o BC Protege+ do Banco Central

O BC Protege+ começou a funcionar em 1º de dezembro de 2025 como uma camada extra de defesa contra fraudes digitais. Ao ativar a proteção, o cidadão informa ao Banco Central que não quer a abertura de contas novas em seu nome, criando uma espécie de trava preventiva.

“A partir do momento que é ativada a proteção do BC Protege+, quando as instituições financeiras consultarem seu determinado CPF, se o seu CPF tem intenção de abrir uma conta e retornar ‘não’, a obrigação daquela instituição financeira é de não fazer a abertura dessa conta”, explica Izabela Correa, diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.

Na prática, isso significa que, se um criminoso tentar abrir uma conta usando o CPF de alguém que ativou o BC Protege+, o sistema do Banco Central devolve a informação de que não há autorização para aquela abertura. A instituição financeira, então, fica impedida de concluir o processo e deve barrar a tentativa.

Para ativar o serviço, o caminho começa no site do Banco Central. O usuário precisa acessar a área Meu BC, fazer login com a conta gov.br e ter nível prata ou ouro. Depois, entra com CPF, senha e o duplo fator de autenticação. Em seguida, basta localizar o serviço BC Protege+ à direita da tela e acionar a proteção.

A adesão é opcional, mas a procura mostra que o brasileiro vê valor em colocar mais uma trava entre seus dados e os criminosos, especialmente em um cenário de crescimento de golpes digitais que atingem aposentados, trabalhadores e beneficiários de programas sociais.

Camada extra não substitui responsabilidade dos bancos

Embora o BC Protege+ seja uma novidade tecnológica importante do Banco Central no combate a fraudes, especialistas lembram que a ferramenta não transfere a responsabilidade principal pela segurança das operações financeiras para o consumidor.

“Infelizmente, os consumidores, principalmente os idosos, são alvos de estelionatários criminosos. Então, é muito importante porque essa ferramenta vai ser uma camada a mais de proteção. Mas também devemos ressaltar que isso não retira a responsabilidade da instituição financeira para a segurança dos seus produtos e serviços”, afirma a advogada Lillian Salgado.

Ou seja, mesmo com o BC Protege+ ativado, os bancos continuam obrigados a aprimorar sistemas de monitoramento, checagem de identidade e bloqueio de movimentações suspeitas, além de dar respostas rápidas quando um golpe é identificado. A ferramenta do Banco Central chega para somar, não para substituir controles internos.

Para consumidores como Vânia e Edilaine, que já acumulam dívidas e prejuízos, a expectativa é de que medidas como essa reduzam o risco de novas fraudes e ajudem a conter a ação de quadrilhas especializadas em usar CPFs para empréstimos e contas fraudulentas. Evitar a abertura de contas sem autorização é um passo decisivo para reduzir a base de operações usadas pelos golpistas.

E você, já conferiu se o BC Protege+ do Banco Central está ativado para o seu CPF ou ainda tem alguma dúvida sobre como usar a ferramenta para se proteger de golpes digitais?

Autor

  • Maria Heloisa

    Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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